Bruno Agostini
Carnaval rima com feijoada? Não, mas combina, e muito. Dá o maior samba.
No Rio, é tradição: sábado é dia de feijão gordo. Se for no Carnaval, então… Abram alas para as panelas de barro. Este enredo fumegante vai passar na avenida.
Na comissão de frente brilha o caldinho, que abre o desfile coroado por torresmos. A pimenta malagueta esquenta os tamborins do paio, da linguiça, da carne seca e da costelinha. Nota 10 para a bateria. Tem que ter ginga no pé. De porco. Bota fogo no rabinho. Deita a orelha no prato para escutar o som do toucinho crocante. Com farofa, couve e uns palitos de mandioca, a gente dança no ritmo da batida. De limão. O Momo reina no Rio.
Feijoada é a Apoteose da folia, o remédio para a ressaca, o restauro necessário para seguir o bloco. De gelo. Que balança no compasso do balcão, que vira chocalho nas mãos do barman. Pra fazer a caipirinha. Alegoria do limão, adereço da pinga.
Pronto, a feijoada tá completa: Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão. E vamos botar água no feijão!
Sábado já é tradicionalmente o dia oficial da feijoada no Rio. Mas no Sábado de Carnaval ele ganha vários temperos: as escolas de samba, o pagode raiz, marcando o início da festa sem-fim. Até a Quarta-Feira de Cinzas.
Os melhores hotéis da cidade capricham na programação, convocando passistas, bateristas e puxadores das agremiações. “Todo mundo te conhece ao longe / Pelo som de teus tamborins e o rufar do teu tambor / Chegou ô, ô, ô… A Mangueira chegou, ô, ô”.
Tá chegando, na verdade, na feijoada carnavalesca do próximo sábado, no Hotel Nacional, que há cerca de 40 dias inaugurou o The View, excelente bar e restaurante, na cobertura do icônico edifício projetado por Oscar Niemeyer, em São Conrado. A roda de samba, que guarnece as tardes de sábado junto à piscina, onde o brasileiríssimo banquete é servido semanalmente, está garantida, com o reforço da bateria da verde-e-rosa. Afinal, tem que respeitar meu tamborim… Batidas (de limão, coco…) incluídas no preço R$ 98. Das 12h às 16h, no restaurante Sereia, no térreo do hotel.
Há algumas semanas fui conferir a feijoada do Grand Hyatt, na Barra, com o intuito, entre outros, de provar um vinho rosé com o prato. E deu liga, e até post (para ler, clique aqui). Destaco, ainda, as ótimas caipirinhas, que estão incluídas no preço da feijoada momesca do próximo sábado. Curti muito a roda que embalou meu almoço, com direito a rabinho e orelha. E ela se repete, claro. Vai acontecer, como em todos os sábados, no restaurante Tano, mas com decoração especial e caipirinhas liberadas (prove a que leva o nome do hotel), assim como cervejas, nacionais e importadas. Entre confetes e serpentinas, o hotel recebe a rapaziada das 13h às 16h. Por R$360.
Em Copacabana, o hotel Fairmont recebe a Invocada, como é conhecida a bateria da Grande Rio, a mais global das escolas de samba, de Duque de Caxias. Eles se apresentam durante o almoço, sob os cuidados do chef francês Jérôme Dardillac, que vem servindo a mais vistosa das feijoadas da cidade (vou chegar se continua assim, em formato de torre). O evento terá bebidas liberadas, com os espumantes de Família Cristofoli (eu gosto de feijoada com espumante, sobretudo rosé); cachaça Magnífica, drinques da APTK Spirits e Stella Artois. Das 12h30 às 17h.
No domingo a sempre animada área ao redor da piscina do Fairmont continua com uma programação musical dedicada ao samba. A partir das 11h, o DJ comandará a trilha sonora e a partir das 19h30, é a vez de Thais Macedo se apresentar com o tradicional Samba Fairmont. Já na segunda (28/02), às 19h, acontece um coquetel seguido do Desfile de Fantasias de Luxo, às 20h.
