Bufê Open House lança linha de conservas: tem clássicos, como sardella e lemon curd, a receitas originais, como geleia de tangerina com Campari

Mostarda com frutas e geleias da Open House – Foto de divulgação / Roberto Hirth

Por razões familiares, afetivas, profissionais, históricas e outras de cunho pessoal e de trajetória de vida, eu tenho muitos amigos que são apaixonados por comida.

Gente muito boa, que faz desse assunto ainda mais saboroso. Pessoas que viajam para comer e beber (monumento e obra de arte, com raras exceções, me bastam ver as fotos e diagramas, porque assim admiro todo o seu esplendor, comida é diferente, tem que provar para crer e entender).

Hirth, à esquerda, o chef Renato Ialenti, do Alloro al Miramar (para ler um post, clique aqui), e eu, em tarde, como sempre, memorável – Foto arquivo pessoal

Entre tantos amantes da boa mesa alguns se destacam pela intensidade, ativismo, bom gosto e extenso repertório gastronômico, fora o prazer de compartilhar isso. Um dos mais atuantes, apaixonados, eruditos e divertidos companheiros de (boa) mesa é Roberto Hirth.

Nunca me decepcionam os encontros com ele, sempre comemos e bebemos bem, falamos de viagens, restaurantes e pratos, de cervejas, vinhos e aquavits, com certo humor e boa dose de acidez, duas coisas necessárias à vida.

Receita de família: geleia de tangerina com Campari – Foto de divulgação / Roberto Hirth

Sócio de um dos bufês mais importantes do país,  a Open House, o empresário gourmet está junto com a mulher, Letícia, usando a sua excelente estrutura de cozinha para preparar uma série de conservas, entre clássicos universais, como pasta italiana sardella (de sardinha, tomate, pimentão, alici e azeite) e a britânica lemon curd (um adorável creme de limão) e receitas próprias da família, como uma geleia de tangerina com Campari e outra de rosas com maçã. Entre os destaques – lançamento desta semana – estão as vistosas jarras especiais com conservas, apenas sob encomenda.

Novidade: jarras podem ser encomendas, como essa, de picles de tomate – Foto de divulgação / Roberto Hirth

– Estamos ficando mais feras em conservas, um mundo apaixonante, Rafa Costa e Silva e Kitty Assis deram dicas importantes. Acho que os jarros especiais por encomenda podem ter sucesso, lindo presente – conta o empresário.  – Com a paralisação temporária dos eventos da  Open House, decidimos oferecer alguns sabores especiais, que nos marcaram nestes 30 anos de gastronomia, por delivery.  Há delícias que aprendemos em viagens, outras que servimos em eventos importantes, e receitas históricas da família Visconti Hirth.  Molhos que dão um toque mágico à comida, geleias que nos fazem viajar… Leticia e eu estamos cuidando pessoalmente de tudo – continua.

As encomendas podem ser feitas pelo Whatsapp (21) 99164-1349 ou pelo Instagram: (@openhouse_gastronomia ). Entregas custam R$ 12 na Zona Sul (outros bairros a combinar).
www.openhouserio.com.br

As especialidades da casa (textos de Roberto Hirth):

Sardella, tonnato e mostarda de frutas: clássicos – Foto de divulgação / Roberto Hirth

SARDELLA (R$ 30): A sardella deriva do Garum, que encantava os antigos romanos.  O Garum foi mencionado 20 vezes por Marcus Gavius ​​Apicius em seu famoso livro “De re coquinaria”, e por Petronio, no seu “Satyricon”.  A sardella atual é mais leve e saudável.  A nossa é feita com sardinhas, tomates e um toque de alici, sem pimentões.  Ela pode ser saboreada pura com torradas, em molho para massas e almôndegas e sobre omeletes.  A cidade de Crucoli festeja a Sardella com um festival anual, e ela é protegida como produto agroalimentar italiano tradicional.

Molho tonnato, perfeito para carnes, até na fondue – Foto de divulgação / Roberto Hirth

TONNATO (R$ 30): O molho tonnato é uma especialidade do Piemonte, na Itália.  Preparado com atum (tonno) com alcaparras, e um toque de alici, ele é tradicionalmente utilizado sobre vitela fria fatiada, no vitello tonnato.  Também chamado de toné, tonné ou tonnà, o molho tonnato é servido frio.  Ele pode ser usado em rosbifes, carpaccios, frangos e perus, e resulta num inigualável molho para saladas.  Fica excelente substituindo o molho golf no coquetel de camarão.  A receita foi descrita pela primeira vez por Pellegrino Artusi em seu livro “La scienza in cucina e l’arte di mangiar bene”, em 1891.

Mostarda de frutas: “ser consumida com queijos, frios e carnes, enriquecendo a experiência” – Foto de divulgação / Roberto Hirth

MOSTARDA DE FRUTAS (R$ 35): Mostarda de frutas é mais que uma mostarda.  Ao mesmo tempo doce, ácida, salgada e picante, ela traz um conjunto de sabores.  É feita com frutas, mas não é geleia nem sobremesa.  Pode ser consumida com queijos, frios e carnes, enriquecendo a experiência.  “Comi meus primeiros bocados de Mostarda de Frutas na cidade italiana de Sant’Ambrogio di Valpolicella, com queijo leitoso Monte Veronese.  Nunca esquecerei sua deliciosa picância.  É um condimento que muda uma refeição”, escreveu Tamar Adler, autor de Uma refeição eterna (Scribner, 2011).  Preparada com grãos de mostarda, figos, peras, zests de limão e vermouth.

Chutney de cebola: “No início do século 17, os chutneys  eram enviados para vários países europeus como produtos de luxo” – Foto de divulgação / Roberto Hirth

CHUTNEY DE CEBOLA (R$ 30): O chutney é um molho tradicional indiano desde 500 a.C., cujo nome deriva de चाटना / چاٹنا (lamber ou comer com apetite).  Ele foi posteriormente adotado pelos romanos e finalmente pelos britânicos.  No início do século 17, os chutneys  eram enviados para vários países europeus como produtos de luxo.  Trata-se de um molho agridoce que pode incluir frutas e diversas especiarias.  Nosso chutney de cebola é uma elegante homenagem a esta importante – e saborosa – história!

CRÉMEUX AU CHOCOLAT (R$ 35): “A melhor sobremesa de chocolate do mundo” tem um toque de Cointreau regando o melhor chocolate belga.  Nosso crémeux au chocolat é um creme de chocolate denso, aveludado e untuoso.  Com um sabor rico e intenso de chocolate, é perfeito para se comer puro, em colheradas, e também com waffles, crepes, bolos e sorvetes.

Delícia bitânica: creme de limão – Foto de divulgação / Roberto Hirth

LEMON CURD (R$ 35): Lemon curd, o inigualável creme de limão inglês, foi preparado pela primeira vez pelos Quakers protestantes no século 18.  Doce, porém com o “zing” ácido do limão, ele tem um sabor raro e instigante.  O Lemon Curd é o acompanhamento ideal para queijos e frios, e fica também delicioso sobre torradas, waffles, bolos e sorvetes.

Doçuras da Open House – Foto de divulgação / Roberto Hirth

GELEIA DE FLORES DE LARANJEIRA (R$ 30): Nossa geleia de flores de laranjeira com maçã começa com a destilação ao vapor da infusão de pétalas de flores de laranja-azeda (Citrus aurantium).  Este destilado é utilizado há centenas de anos no mundo árabe, tanto com fins medicinais, como na culinária e na perfumaria.  Com isso, ganhou importância na gastronomia na Península Ibérica.  Misturada com maçãs frescas resulta numa sofisticada geleia com sabor do Oriente.

PEANUT BUTTER (R$ 30): O consumo do amendoim vem dos astecas e incas, e seguiu pelas Américas.  Foi Marcellus Gilmore Edson, em Montreal, Canadá, quem obteve a patente para o método de produção de Peanut Butter, a manteiga de amendoim, em 1884.  Nossa Peanut Butter é 100% amendoim.  Utlize no sanduíche tradicional americano, adicionando geleia de frutas, em crepes, brownies e sorvetes.

GELEIA DE ROSAS E MAÇÃS (R$ 30): Desde os tempos antigos, as rosas têm sido usadas na gastronomia.  Os gregos, romanos e fenícios consideravam os grandes jardins de rosas tão importantes quanto os pomares e campos de trigo.  O sabor das rosas na culinária vem dos óleos essenciais voláteis, obtidos por destilação a vapor das pétalas de rosas.  Nós os unimos às delicadas maçãs nesta receita, resultando numa geleia única.

CASTANHAS AO MEL (R$ 45): Castanhas-do-Pará ao mel, uma deliciosa e saudável conserva de origem indígena.  É uma tradição nativa brasileira que dizem ser anterior à chegada dos portugueses.  Ela vem dos povos indígenas de Alta Floresta, como os Enáuenês-nauês, que vivem às margens do rio Iquê, no Mato Grosso.  Todos na aldeia, mulheres, homens e crianças, participam da coleta de castanhas, que se mantém crocantes quando imersas no mel, um conservante natural.  Além de tudo, comer as castanhas lambuzadas em mel é saudável e delicioso.

TANGERINA COM CAMPARI (R$ 30): A geleia de tangerina com Campari vem das origens alemãs da família Hirth, que usava um bitter local no preparo.  Ela é feita com os gomos da tangerina, que para melhor resultado é do tipo mexerica.

 

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