De Bar em Bar: Breslin, endereço fundamental para entender o que se passa na cena gastronômica de Nova York

Cardápio nos espelhos da parede do bar no The Breslin – Bar & Dining Room – Foto de Bruno Agostini

Viajar é uma delícia. Mas, no fundo, o turista é um sofredor. Longe de casa, muitas vezes sem entender a língua, com insegurança quanto ao câmbio, rodeado por exploradores inescrupulosos de viajantes e com um leque de programas que sempre nos obriga a ter que escolher prioridades, sem tempo de fazermos tudo o que queremos. Viajar é ter que fazer escolhas difíceis. Esta é, porém, a melhor forma conhecida de sofrimento: viajar, comer e beber.
Em Nova York, em especial para aqueles que viajam interessados em explorar seus bares, restaurantes, cafés e outros programas gastronômicos, esta “sofrência” é um grande e delicioso problema. Num lugar com tantas possibilidades comestíveis e bebíveis, escolher aonde ir é uma tarefa realmente muito complicada. Mesmo. E até os residentes não conseguem acompanhar tudo o que acontece neste mercado por lá. Imagine quem passa apenas alguns dias na cidade, como nós, pobres turistas.

 

A decoração festeja o porco, e outros animais: carnes são a especialidade do menu – Foto de Bruno Agostini

Mas, seja qual for o perfil do viajante, há lugares que são praticamente obrigatórios, desses capazes de agradar praticamente todo o tipo de público. E que são imperdíveis, indispensáveis. Não só por serem mesmo muito bons, mas também por representarem bem o que é a tradição gastronômica de Nova York, como já escrevi aqui, a melhor cidade do mundo para se comer, pela imensa oferta, a variedade e, principalmente, a alta qualidade. Um desses endereços, não tenho dúvidas em sugerir, é The Breslin – Bar & Dining Room. Fundamental para entender o que se passa na cena gastronômica da cidade.

O salão principal do The Breslin – Bar & Dining Room – Foto de Bruno Agostini

O restaurante é um dos mais destacados da chef April Bloomfield, que comanda outras casas de sucesso em Nova York, como The Spotted Pig (que apresentou a NY o conceito de gastropub, em 2004), The John Dory Oyster Bar, Salvation Burger, Salvation Taco e Tosca Café. É a mais pura vanguarda, sem deixar de olhar para trás.

Antes do meio-dia de um sábado, e o salão já está lotado: previsão de uma hora de espera – Foto de Bruno Agostini

No térreo do também muito badalado Ace Hotel (onde está também The John Dory Oyster Bar), o restaurante tem um perfil bem autêntico, ao mesmo tempo intensamente nova-ioquino – e, consequentemente, cosmopolita.

O bar, logo à entrada, visto do salão do segundo andar – Foto de Bruno Agostini

Se a ideia é ir no fim de semana, para curtir o brunch, o ideal é chegar cedo, para ocupar um lugar no bar, ou reservar uma mesa com antecedência. Porque assim que passa do meio-dia a casa já está lotada – mas o brunch, aos sábados e domingos, começa às 10h, e vai até às 16h.

O mesão em frente à cozinha aberta é uma das mais disputadas – Foto de Bruno Agostini

Foi que fizemos. Era aniversário do amigo Gabriel da Muda (ou Cavalcante, dependendo do dia e da hora), e começamos as comemorações cedo. Chegamos por volta de 11h30, e nos sentamos no bar, que ainda não estava aberto, ainda que tenha nos acomodado. No salão principal, as mesas estavam lotadas, e não havia lugar para nós (a espera passava de uma hora, se me lembro bem). Ficamos por lá.

IPA com 60 minutos de lupulagem contínua – Foto de Bruno Agostini

Como dizia, o bar ainda não estava aberto, então pedimos uma cerveja, para matar a sede e preparar a boca para a longa maratona gastronômica que vivemos naquela data festiva (fomos, pela ordem: Marea, Amsterdam Ale House, Red Farm, Bacon Bar, The Elephant, The NoMad, Minetta Tavern e Corner Bistro).

Não era a intenção almoçar. A ideia era só provar o famoso burger de cordeiro, servido com cebola roxa e queijo feta, com fritas e maionese de cominho. Não menos que impecável. Suculento, na medida certa para ser abocanhado, como deve ser um sanduíche. O pão, elemento fundamental em um burger, era saboroso e macio, com aquele miolo que absorve os sucos da carne, ficando assim ainda mais gostoso.

Bloody Mary pra “fazer a boca” – Foto de Bruno Agostini

 

Antes de sair, testamos outro elemento de destaque do Breslin: os drinques. Um bloody mary, muito do bom, condimentado e apimentado, conforme foi pedido, deixou aquela vontade de comer, que no fundo é a missão principal deste drinque de tomate e vodca, uma das mais interessantes maneiras de instigar as papilas para a comida.

Cardápio de bebidas no espelho – Foto de Bruno Agostini

Saímos felizes. Embarcamos no metrô. Paramos no Marea (para ler um post sobre este que é o melhor italiano de Nova York, clique aqui), para o mais perfeito Aviation do Universo. Andamos em direção ao Upper East Side. Bebemos umas pints no Amsterdam Ale House, antes de um almoço delicioso, original Red Farm, excelente restaurante, e assunto para breve neste site guloso e sedento.

SERVIÇO
The Breslin – Bar & Dining Room: Ace Hotel, 20 W 29 th Street, NY 10001. Tel. (+01) 212-679-2222. www.thebreslin.com

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