Em tempos de pandemia, nasceu a “estrogonofemania”

O estrogonofe original é feito com o smetana, algo entre o iogurte e o creme de leite: esta é a versão do restaurante Dona Irene – Foto de Bruno Agostini

Não sei se você já reparou, mas o estrogonofe está tanto (ou mais) em alta por aqui quanto nos anos 1970. Frequentador do restaurante russo Dona Irene desde criança, esse é um prato que nunca deixou de ser parte importante de minha vida, como tantas vezes já escrevi (a última, não faz muito tempo, foi nesse post aqui). É um prato que me faz bem, reconforta, gosto de preparar em casa, de pedir na rua. Que faz ativar lembranças queridas, de momentos inesquecíveis. E saborosos. Um amigo perguntou qual seria o primeiro restaurante que eu iria pós-quarentena, e eu nem precisei pensar: Dona Irene (mas também quero o varênique, além do estrogonofe).

Eu já percebia, timidamente, um movimento de volta por cima do estrogonofe, como tantos outros pratos que andavam meio esquecidos, aquela comida caseira, que cumpre esse papel de carícia, a comida afetiva, que nos leva a pessoas querida, às avós, às memórias dos almoços em família. Mas, agora, com a Covid-19, estamos vivendo uma verdadeira estrogonofemania, e restaurantes que nunca serviram o prato passaram a inclui-lo nos seus menus de entrega em tempos de quarentena, quando nós todos estamos mais do que nunca precisando de carinho. Nasceu até uma marca dedicada 100% ao prato: a Oficina do Estrogonofe, do chef Pedro de Artagão (ele já servia versões de camarão, no quiosque Azur, e o “estrogonofe de carne à antiga”, no Cozinha Artagão.

E fato é que o estrogonofe vem sendo um sucesso só. Selecionamos cinco, para você também aderir à estrogonofemania, e ser feliz em tempos de pandemia. Porque comer bem é fundamental nessas horas.

A versão da pizzaria Camelo, hoje servida com batata palha – Foto de Bruno Agostini

Camelo
No Rio, nos últimos 10 anos, eu só me lembro de ter comido o estrogonofe uma só vez, na pizzaria Camelo, em Ipanema, numa agradável tarde ensolarada de domingo.  Também teve milanesa, daqueles batidos, fininhos. A comida só realçou ainda mais a beleza daquele dia. Custa R$ 110, e serve duas pessoas (R$ 59, o individual).
Entregas pelo telefone 2274-2303, além de  iFood e Rappi

Cozinha
A chef Monique Gabiatti serve pratos incríveis em seu restaurante, no sensacional Be + Co, em Botafogo, e percebe bem esse momento.
– Nós sempre fizemos, mas agora na quarentena ele tem saído mais do que o normal. Acho que é aquela comida de mãe que não tem erro, né? E as pessoas querem isso, se sentirem abraçadas – diz ela que serve duas versões: carne (R$ 55) e camarão (R$ 61).
Entregas pelo iFood.

Estrogonofe do Grupo 14zero3 – Foto de divulgação

Grupo 14zero3
Nesse período, o cardápio de todas as casas do grupo foi unificado em um só, e um dos destaques é o estrogonofe (R$ 148, para até três pessoas), servido com arroz e batatas prussianas.
– Botamos o estrogonofe no menu de delivery porque é um prato afetivo, que as pessoas gostam. Querem pedir, querem comer, porque estão comendo coisas mais caseiras em casa. É um prato fazer, e que tem uma margem legal para o restaurante – conta o chef executivo do grupo (Posí, Mimolette, Oia e Pici), Elia Scharamm.
Entregas pelo iFood.

O serviço da Oficina do Estrogonofe vem em caixinhas – Foto de divulgação

Oficina do Estrogonofe
No seu menu do “delivery de quarentena”,do Grupo Irajá, o chef Pedro de Artagão percebeu que o prato estava fazendo imenso sucesso, e então criou uma página só para ele. Ou eles, porque são três versões: carne (R$ 38), camarão (R$ 48) e frango (R$ 38). Os acompanhamentos são arroz e batata (que pode ser palha, ou sautée – cozida e dourada na manteiga).  “Porções individuais bem servidas”. Há combos, que podem incluir sobremesas e descontos, como por exemplo: um de frango e um de camarão a R$ 64. Tem até um Instagram próprio (nenhuma outra casa do Grupo Irajá tem): @estrogonofe_oficina.
Entregas pelos WhatsApp (21-98370-8329, saindo do Leblon; e 21-98814-8064, de Botafogo) ou pelo iFood.

Estrogonofe é destaque no retorno do Volta – Foto de divulgação

Volta
O Volta era um restaurante adorável, com cardápio que era puro aconchego. Uma pena que fechou. Mas agora está de volta (R$ 49).
– A ideia do Volta veio de uma vontade de resgatar os pratos que comia na infância e agregar um toque mais sofisticado, refinado, com técnicas mais modernas de cozinha. Foi um projeto que durou dois anos e pouco, em 2017 a gente fechou. Agora, durante a pandemia, a gente achou que era o que as pessoas gostariam de comer, né? Uma comida que resgata boas lembranças, faz com que as pessoas lembrem daquilo que comiam. Acho que é uma comida muito confortante para o contexto atual, e o estrogonofe é um prato que não só eu, mas todo mundo comia na infância – lembra o sócio da casa, Fernando Kaplan – e também do Venga. No texto de apresentação da página no iFood, está um bom resumo do que é o menu: “Diante de um cenário difícil que talvez o mais natural seria fazer um movimento de voltar atrás como muitos têm feito, nós VOLTAMOS pra frente Após 3 anos sentindo falta do sobrado no Jardim Botânico e de ver os clientes se encantando com a nossa cozinha inspirada em receitas de família, percebemos que este momento pede uma comida de afeto. Preparamos estrogonofe, carne assada, panqueca, bife à milanesa e muitas outros pratos pra te trazer boas lembranças e a esperança que isso tudo passe logo!”
Entregas pelo iFood.

Para ler mais sobre #omelhordorio, com uma seleção de posts sobre onde comer e beber na cidade, acesse a página Rio de Janeiro a Dezembro.

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