La Trappe x Brewdog Practise What You Preach: a cerveja em que os monges encontram os punks

A cerveja é opulenta, com 10% de álcool – Foto de Bruno Agostini©
Só digo uma coisa: pratique o que você prega. Só sei que foi assim. Ainda sobre ontem…
“Fala, meu amigo. Você não vem provar o chope? Deve ter no máximo mais três ou quatro taças” – perguntou-me, ontem logo de manhã, meu grande camarada Fábio Santos, do Herr Pfeffer.
O tal chope era uma disputada novidade: Practice What You Preach, uma cerveja produzida pela holandesa La Trappe em parceria com os escoceses da Brewdog.
Para a minha imensa sorte, tinha um almoço programado para a Tasca Miúda, novo parceiro Duo Gourmet, ali ao lado.
Depois de um belo arroz malandrinho de frutos do mar, com amêndoas e funcho usados de modo a surpreender, fomos lá para a sobremesa líquida, servida na bojuda taça, adequada ao momento, quase um Maracanã de vidro.

Até semana passada, Practice What You Preach era apenas o terceiro disco de estúdio da banda americana de thrash metal Testament.

Agora, é uma das maiores cervejas do mundo, dessa comunhão entre cervejeiros, um casamento arrasador de quarteirões entre a La Trappe e a Brewdog.
Uma união entre os monges da Abadia e os malucos da cervejaria.
Produzida em janeiro de 2021 no monastério, é uma Quadruppel (Strong Dark Ale) monumental, com 10% de álcool, a perfeição em forma de cerveja, grandiosa como um excelente Porto ou Madeira, mas sem precisar de anos para mostrar seu potencial, porém com nítida e notável vocação ao envelhecimento. Tem lúpulos americanos e um mel de urze especial, da Escócia, o “Scottish Heather Honey”.
Eles definem muito melhor do que eu. “This beer represents a collaboration between tradition and innovation. A place where Monks meet Punks.”
Cerveja opulenta, com aromas bem claros de mel e frutas secas, como tâmaras, especialmente, e também algo que remete a casca de laranja cristalizada. Gorda e sedosa, é uma cerveja de rara textura, encorpada ao extremo, no equilíbrio entre açúcar e álcool.
É um acontecimento.
Dá vontade de ajoelhar e rezar, acender uma vela, fazer uma procissão, e peregrinar até a Terra Santa, na Holanda, o monastério Onze Lieve Vrouw van Koningshoeven, ou  Abadia de Notre-Dame de Koningshoeven, fundada em 1881 por monges saídos da França.
Justificável a imensa procura, que esgotou os três únicos barris que vieram ao Rio, e o pequeno lote de garrafas, de 750 ml, ainda à venda em sites como a Confraria Paulistânia Store, neste link: La Trappe Practise What You Preach.
Lá está por R$ 168, o que julgo ser uma pechincha, diante de tamanha exuberância e exclusividade.
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