Mataram a Nega Fulô: e assim nasce a Soledade Original

A nova Nega Fulô, renomada pinga friburguense lançada este mês, se chama Soledade – Foto de Bruno Agostini®

A Diageo matou a Nega Fulô.

O crime aconteceu na surdina e na calada da noite londrina, quando o CEO da empresa anunciou ao mundo que cometeria o feminicídio contra uma das mais famosas pingas do Brasil.

– Um absurdo isso. O nome vem de um poema de Jorge de Lima, lindíssimo,  que exalta a brasilidade – reclama Roberto Robeiro, pai da criatura, com quem estive ontem rapidamente da Churrascaria Palace.

Ele ainda é dono da marca no mercado internacional, e exporta a Nega Fulô com seu nome, embalagem e fórmula originais.

Minha colega de JB Luciana Brafman conta a história com detalhes aqui neste link.

A Nega Fulô alguns chamam até de branquinha. Mas ela é dourada pelo estágio em carvalho francês.

Nasceu em 1977, pelas mãos de Roberto Ribeiro, que divide a paternidade com o irmão, Vicente.

Aos 20 anos, em 1997, foi vendida, se tornando a brasileira mais desejada pelos estrangeiros,  com bom trânsito em alguns dos melhores bares do mundo. Na época,  Josimar Melo escreveu na Folha de São Paulo: Pinga do Rio vira marca multinacional.

Fato é que no último dia primeiro deste mês de março do ano de dois mil e vinte dois a Nega Fulô renasceu, parida novamente pelas mãos de seu cogenitor, Roberto, agora rebatizado com o nome de sua maternidade: Soledade, Fazenda Soledade.

Ela traz irmãs, como a 5 Madeiras, que usa um quinteto de barricas em sua maturação.

Aquela linda garrafa de terracota não é mais usada.

Quando disse que sempre tinha uma garrafa no freezer, e que uso como castiçal, perguntei se ele recomenda servir congelante.

– Não.

Nunca mais o farei, dona Nega Fulô. Ou melhor, Soledade.

 

 

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