Menu Agostini: site no ar, guia a caminho e outras novidades (e um menu al Vernaccia n’A Casa do Sardo)

 

Apesar de estar no ar desde dezembro passado, esse site ficou em fase de testes por esse longo período porque ele é parte de um projeto maior, que envolve o lançamento de guias de restaurantes e de enoturismo, livros sobre gastronomia e vinhos, mídias sociais e produção de conteúdo, eventos e viagens. Sem falar que houve no início um ataque de vírus e hackers.

Vamos aos poucos contando as novidades. A primeira é o próprio site, que finalmente vai começar a voar em altitude e velocidade de cruzeiro, com as suas colunas semanais, tratando daquilo que sempre foi pra mim mistura de trabalho com lazer, e assim continua sendo: falar de viagens, comidas, pessoas, bebidas e outros temas afins e deliciosos.

O que mais me motiva no momento é um guia de restaurantes do Rio de Janeiro, em edições digital e em papel, e outros desdobramentos. Fiz uma seleção com o que considero os melhores restaurantes do Rio, e a lista passa um pouco dos 100 lugares (minha meta era fechar em 100 ou 101, mas não está fácil).

Sobre cada lugar vou fazer o que já faço para amigos e leitores que me escrevem: tentar dizer o que pedir para comer e beber, mas também – em certos casos – quem procurar, quando ir, onde se sentar e o que mais seja relevante para que a experiência em cada estabelecimento seja a melhor possível. Quase todos os bares e restaurantes têm seus segredinhos, suas pessoas especiais, seu horários mais convenientes, seus pedidos mais especiais – e que muitas vezes sequer estão listados nos menus.

É como já fiz em um post, sobre A Casa do Sardo, em São Cristóvão, um dos restaurantes de que mais gosto no Rio. Isso porque serve com muito acerto um cardápio que consegue ser ao mesmo tempo legitimamente original ao que se come na Sardenha, mas também bem apropriado ao paladar brasileiro, com pratos clássicos de uma cozinha italiana genérica (que aliás também se encontra na ilha, mas não é a cozinha típica local).

Há vários percursos interessantes n’A Casa do Sardo. O leitão, geralmente servido às quintas e sextas, e se sobrar ao longo do final de semana, é incrível. Mas, penso eu, para uma experiência diferente de tudo o que existe no Rio, eu sugiro seguir o que chamo de Menu Vernaccia (a ideia do nome do site é também para batizar esses cardápios que vamos indicar).

– O sardo come tudo cozido na Varnaccia. Peixes e mariscos, cordeiro… – disse-me certa vez o chef Silvio Podda, inspirando essa minha sugestão (estive com ele na Sardenha e posso dizer que este é um lugar realmente especial quando o assunto é comida, e qualquer pessoa que se interesse pelo assunto deve considerar seriamente uma viagem para lá: que experiência fabulosa e diferente de tudo).

O comentário dele me inspirou a criar, como dizia, o Menu Vernaccia.

Vôngoles al Vernaccia: dos melhores pratos dos últimos tempos – Foto de Bruno Agostini

Faça assim, quando lá estiver, e depois nos conte o que achou:

1) Vongôles ao Vernaccia (R$ 48, porção para dois ou três dividirem, como entrada, mas eu como sozinho uma): uma porção de mariscos miúdos em caldo rico e aromático, untuoso, com pão para a gente não deixar sobrar nada. Das coisas mais gostosas que comi nos últimos tempos.

O pargo assado no vinho branco típico da Sardenha – Foto de Bruno Agostini

2) Pargo ao Vernaccia (R$ 69, para dois): esse peixe de carne tão rica e saborosa, delicada e que aceita temperos intensos é regada pelo vinho, copiosamente, e nesses sucos de pescados e de Vernaccia, com ervas e outros condimentos aromáticos, aquele nobre escamoso cozinha, assa, se lambuza. O resultado é divino.

O cordeiro, também assado no vinho sardo – – Foto de Bruno Agostini

3) Cordeiro ao Vernaccia (R$ 68, para dois, servido com risoto al porcini): os carneiros jovens são de criação própria, orgânicos. A marinada no vinho branco cheio de acidez e eletricidade deixa a carne tenra e impregnada de sabor.

Tiramisu: um dos melhores do Rio – Foto de Bruno Agostini

4) Tiramisu (R$ 18). Esse é o meu doce preferido, e o que é servido na Casa do Sardo é dos melhores do Rio. Mas se é para ser um menu legitimamente sardo, a melhor pedida é a  Seadas (R$ 19) doce delicioso: trata-se de um pastel de sêmola recheado com queijo e laranja, regado com mel e servido com sorvete de pecorino. Ou, então, pela apenas um naco de pecorino, com mel.

Um vinhaço: fecho com chave (e cor) de ouro – Foto de Bruno Agostini

Para beber, uma taça de Campidori (R$ 25), um sensacional Vernaccia de Oristano, um vinho branco que é fortificado naturalmente, através de evaporação da água. Vai ser o “Vinho da Semana”, na próxima segunda – uma outra das colunas semanais.

Por ora, é isso. Aos poucos vamos contando as novidades, apresentando as colunas semanais (são dez, duas por dia, de segunda a sexta), e nos fins de semana vamos tentar falar de comida e artes plásticas, fotografia, literatura e outras manifestações culturais – porque gastronomia e culinária são cultura, e por isso são assuntos tão deliciosos.

SERVIÇO
A Casa do Sardo: R. São Cristóvão 405, São Cristóvão. Tel.: (21) 2501-9848. http://restaurantecasadosardo.com.br/

 

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *