Antes eram homenageados só os Santos, depois vieram datas comemorativas tipo Dia das Mães, do Professor, da Criança, do Jornalista… Mas hoje tem dia dedicado a tudo. Tem Dia da Malbec (17 de abril), Dia Estadual da Feijoada Carioca (16 de outubro) e até mesmo o Dia da Melancia (26 de novembro).
Sendo assim, é mais do que natural que exista também o Dia do Tiramisù, pelo menos em minha italianófila opinião: este é para mim o melhor e mais importante doce do mundo. Ele representa tudo o que engloba a categoria sobremesa: o contraste do amargor do café e do cacau com o açúcar, o jogo de texturas do marcaspone e do biscoito, as múltiplas possibilidades de montagem e recriação, o sabor marcante do álcool, seja destilado (rum ou conhaque) ou ainda o vinho Marsala (nem todos colocam), que mesmo assim – se usados – devem aparecer com discrição, a doçura moderada e equilibrada pelos demais elementos do prato: gorduras, amargores e a acidez que traz um bom espresso, que é o que deve ser usado na receita … São tantos os atributos.
Fato é que no próximo domingo, dia 21 de março, é festejado o Dia do Tiramisù. Não precisamos de motivos, mas…Vamos celebrar o doce?
O melhor tiramisù que já comi no Brasil, em sua versão original, foi no Alloro al Miramar, dos tempos de Renato Ialenti. Imagino que ele tenha levado a receita para sua nova casa, a rede de pizzarias Mamma Jamma (aliás, em seu lugar foi contratado outro grande cozinheiro italiano, Michele Petenzi, e posso apostar que o tiramisù de lá está muito bom, porque o cara cozinha muito).
– Daqui a um mês vou já estar servindo na Mamma Jamma – diz Ialenti, para a nossa imensa alegria (parece que agora, finalmente, a pizzaria vai servir boa comida).
Falando em preparações mais irreverentes, contemporâneas, autorais e desconstruídas, está gravada de modo eterno na memória a versão do chef Nello Cassese, no Cipriani do Copa.
Bravíssimo!!!!!
Inaugurado há pouco mais de um ano, o Sult serve uma versão arrebatadora do tiramisù, e é minha sobremesa preferida por lá.
O doce é originário da região de Treviso, no Vêneto, mas hoje está espalhado por toda a Itália, e pelo mundo.
Confesso que não sabia da existência da data. E, em tempos de clausura, tudo o que um jornalista quer é assunto “não presencial”. Recebi uma sugestão da assessoria de imprensa do paulistano Terraço Itália, falando da data e apresentando a receita da casa, da chef confeiteira Elisabeth Vasconcelos, que morou 23 anos na Toscana. Sem rum, conhaque ou Marsala. Eu, pessoalmente, usaria duas colherinhas de alguma dessas bebidas na hora de molhar os biscoitos, misturadas ao café.
Tiramisù
Ingredientes:
500g Mascarpone italiano
4 gemas de ovo
Claras separadas e batidas em neve
120g Açúcar
½ Litro Creme de leite fresco
Café adoçado, suficiente para molhar os biscoitos (de preferência café expresso)
Biscoitos champagne
Cacau em pó – a gosto
Modo de Preparo:
Bata as gemas com o açúcar até obter textura espumosa, acrescente o mascarpone delicadamente (de baixo pra cima).
Bata o creme de leite na batedeira no ponto antes do chantilly.
Adicione o creme de leite no mascarpone com as gemas e açúcar, sempre suavemente, mexendo de baixo para cima.
Bata as claras em neve e acrescente o creme, novamente de baixo pra cima.
Molhe os dois lados do biscoito champagne no café adoçado.
Montagem:
Primeiro faça uma camada de biscoito no recipiente.
Em seguida, adicione o creme e espalhe.
Faça mais uma camada de biscoito champagne e na sequência mais uma de creme.
Finaliza com cacau em pó na superfície do tiramisù
Rendimento:
17 porções (de 180 ml aproximadamente cada uma).