Rio de Janeiro a Dezembro: três sensacionais casas japonesas em Copacabana para comer carne de porco 

Tonkatsu karê do Azumi – Foto de divulgação

Demorou um pouco até a gente entender que cozinha japonesa não se resume a sushi e sashimi. Muito pelo contrário, aliás.

A tradição gastronômica do país tem raízes antigas, forte influência chinesa e outras inspirações culinárias até mesmo inimagináveis: pois sabias que os tempurás são receita de origem portuguesa, que chegou até o Japão via comerciantes que viajavam para a Ásia, tendo Macau como entreposto. Pois pois…

O karê (curry, influência indiana) de porco é um dos pratos mais adorados pelos japoneses, especialmente as crianças, que comem o encorpado, bem condimentado e perfumado caldo de vegetais, servido com milanesa suína, ao menos uma vez na semana, na merenda escolar. Tão amado é o prato que em 1982 ele virou data especial no país: sim, no Japão este é o Dia do Karê.

Outra receita muito popular no país é o bun (ou bao) de barriga de porco: aquele delicado pãozinho no vapor recheado com barriga (crocante ou cozida longamente) e servido com temperos agridoces e picantes, sempre com algum elemento crocante também e de refrescância.

O lámen de porco do Azumi, momentos antes de receber o rico caldo de proco e galinha – Foto de Bruno Agostini©

O bun é um primo dos dim sum, de origem chinesa, que teriam chegado ao Japão por volta de 1200. É uma tradicional muito popular no país, e os recheios são variados, muitas vezes mesclando porco e camarão, o que acho sensacional.

Guioza do Haru Sushi Bar, em Copacabana – Foto de Bruno Agostini©

Fora os caldos, as variações de lámen, os arrozes… Os gyozas… As barrigas longamente cozidas…

Sushi de papada de porco, de autoria do embaixador universal da Suinolândia, Jefferson Rueda – Foto de Bruno Agostini©

Falando em porco e cozinha japonesa  é impossível não lembrar de seu sushi de papada, inspirada nos preparados de enguia com arroz, com a carne bem glaceada, e também do seu tartare suíno. Que beleza.

Fizemos uma lista bem específica: três lugares incríveis e bem diferentes entre si para se comer porco à moda japonesa em Copacabana: Azumi, Haru e Mee.

“O famoso restaurante AZUMI, que fica em Copacabana, serve pratos à base de curry todo fim do mês. A combinação de vários tipos de curry roux (base para o preparo do prato), o sabor do cozimento longo do caldo de frango, porco e legumes, o ambiente aconchegante do AZUMI e a personalidade amável da restauratrice me encheram não só o estômago, mas também a alma. Os pratos à base de curry no AZUMI são limitados a vinte refeições por mês. E por causa dos muitos fãs brasileiros, além dos estrangeiros que já moraram no Japão, todos os pratos são vendidos em menos de dois dias. Quem estiver interessado, recomendo que verifique as informações junto ao restaurante e chegue no AZUMI o mais rápido possível!” – escreveu o cônsul do Japão no Rio, Tetsuya Otsuru – como todo japonês, apaoxonado pela cozinha de seu país.

#SELEÇÃO CARIOCA: #EMELHOR DO RIO (use a hastag, e também #menuagostini)

Azumi (mais de dez receitas)
No tradicional endereço japonês – que este mês lançou seu serviço de delivery – um dos meus pratos preferidos é, sempre foi e sempre será o gyoza de porco.  Quase sempre peço. É aquela sublimação da simplicidade: a massa no posto certo é tostadinha, com aquele recheio alucinante e bem temperado, e tudo chega com o molho que tem a mesma base do tempero da carne (cebolinha, shoyu, saquê, óleo de gergelim, gengibre, pimenta e vinagre de arroz – é uma suposição deste escriba no caso do Azumi, quando faço uso essa mistura. Não poderia faltar ali um tonkatsu e shogayaki (pode virar PF/marmita japonesa também, o bentô). A lista é longa: tem chashu don  (arroz com barriga de porco cozida e vegetais do dia com tarê); tarê katsudon (arroz com milanesa de porco no tarê e molho de shoyu adocicado); yakimeshi chashu (arroz salteado com chashu: além de barriga de porco, cebolinha e cebola), katsu don (arroz, milanesa de porco, ovo e cebola no molho levemente adocicado). Fora os lámen, alguns enriquecidos com o famoso caldo de porco com galinha (haja gelatina naturtal!) da casa, que levanta até defunto (veja se há possibilidade de lámen karê). A pedidos Alissa pode preparar o tonkatsu karê, como fez em janeiro, durante a “Semana do Karê”, sim, o “dia” virou comemoração de uma semana. Acho merecido.
Tel.: 2295-1098. Entregas também por Apps.

 

Haru Sushi Bar (no total, sete receitas)
Menandro Rodrigues vem fazendo um trabalho impecável á frente da casa, que está ampliando os domínios para o segundo andar da galeria onde está instalada, onde será um espaço exclusivo para grupos e os menus degustação (omakasê). O bun deles é sensacional. pão cozido no vapor recheado com porco crocante: pão cozido no vapor recheado com porco empanado, sunomono, picles de cebola roxa e aioli de wasabi. Ali, ainda na esfera suína, recomendo ainda o guiouzá (ali escrevem assim), o tonkatsu e toda a linhagem de pratos de porco (são quatro versões, como a buta no shogayaki).
Tel.: 2547-6867. Entregas também por Apps.

Dim sum do Mee: pan-asiático no Copacabana Palace, com estrela Michelin – Foto de Bruno Agostini©

Mee (no total, duas receitas)
No restaurante pan-asiático do Copa, dono de estrela Michelin, o porco já não é mais tão bem explorado quanto era até mexerem muito no menu, que parece ter menos porco (já comi muitas receitas lá, tinha uma barriga glaceada com purê de abóbora japonesa extraordinário). No menu só vemos hoje um único prato com carne de porco, mas que prato: é o dim sum de  costelinha com molho de cinco especiarias, parte da degustação especial “Michelin”, além de um bun de porco. Pouco, mas tá valendo porque é muito bom.
Tel.: 2548-7070.

 

 

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