Bruno Agostini
Os vinhedos de Pinto Bandeira estão em os melhores do Brasil, e a cooperativa Aurora aposta naquele terreno para produzir um dos seus vinhos mais agradáveis. Na propriedade o espaço é dividido entre Chardonnay e Pinor Noir, que dão a origem a dois belos vinhos com Indicação de Procedência Pinto Bandeira. Mais simples que a dupla e facilmente encontrado no mercado, o Aurora Pinot Noir Varietal entrega tudo o que eu espero de um Pinot Noir sem grandes pretensões, mas produzido com correção e respeito à fruta, e vendido a bom preço: pago R$ 34 pela garrafa (R$ 31,92 no site das Lojas Americanas). Nesta faixa, é talvez a melhor relação preço-prazer que encontro por aí. Apesar de ser uma das maiores vinícolas do país, a Aurora se modernizou nos últimos anos, e toda a sua linha melhorou muito, e hoje a cooperativa faz alguns dos vinhos que mais gosto, com destaque para o Cabernet Franc Pequenas Partilhas.
Quando eu digo que entrega tudo o que espero de uma Pinot, pode-se entender leveza e frescor, boa acidez e baixo nível alcoólico (são só 11%), com coloração clara.
Um vinho ótimo para beber, e também para cozinhar (não use vinhos ruins no seu prato), justo por ter bom preço e acidez elevada. Faça um bom boeuf bourguignon, use em marinadas e na hora de fazer aquele molho esperto a base de vinho tinto.
No nariz é delicado, até simples e direto, com notas de frutinhas vermelhas (cerejas e framboesas) e alguma coisa floral. Na boca acho delicioso, e ótima companhia para comida. Desde um churrasco numa tarde de sol do verão, servido fresquinho, até no preparo e na hora de servir pratos de carnes diversos. Numa tarde quente, vai bem quando servido em um balde de gelo, bem fresco. Quer fazer uma bela sangria? É uma ótima escolha. Sim, versátil também é a palavra.
No momento, encontramos no mercado a safra 2017, mas já provei outras, e não percebi mudanças notáveis de estilo.
