Bruno Agostini
A Casa 201 abriu as portas em maio do ano passado. Com a proposta de mudar o menu a cada três meses, já está em sua quinta “edição” – cada vez melhor, posso comprovar com a autoridade de quem já experimentou quatro dessas composições criadas pelo maestro João Paulo Frankenfeld, seguramente um dos cozinheiros mais completos do Brasil no quesito técnica, e também quando o assunto é paixão pela culinária.
Sobre a cozinha, eu já escrevi no novo blog, Seleção Carioca, que estreou na semana passada no caderno Paladar do jornal O Estado de São Paulo. O menu novo está um espetáculo!
LEIA AQUI: Casa 201: a cozinha do chef João Paulo Frankenfeld celebra o menu clássico francês
Pizzato Chadonnay 2022
Hoje venho falar sobre a importância de um sommelier, uma escolha muito acertada de harmonização e um vinho brasileiro que eu gostei demais: Pizzato Chardonnay 2022 (link para o site da vinícola).
O sommelier é o Raphael Zanon, craque do salão, a peça que faltava na Casa 201, elevando o serviço de vinhos ao nível da cozinha, algo fundamental, penso eu. A adega da Casa 201 está em ótimas mãos.
Um dos pontos altos do jantar foi um amuse bouche, que prestava homenagem a Paul Bocuse, recriando um dos seus clássicos: o consomê de vitelo em crosta de massa folheada, neste caso, uma composição enriquecida por bochecha de Angus, foie gras e brunoise de legumes. Simplesmente sensacional!
O prato precisava de um branco à altura
O prato era intenso, untuoso, perfumado, marcante. Precisava de um vinho à altura, um branco com presença de boca, com volume, e também que tenha acidez e frescor, e certa untuosidade.
Sem nada de madeira, o Pizzato Chardonnay mostra a pureza de uma uva bem madura, mas sem perder a ternura do frescor e das notas exuberantes de frutas, como maçã verde, limão siciliano, abacaxi maduro, melão, damasco e pera, com algo que remete a flor de laranjeira, e quem sabe flores brancas mais doces, como jasmim. Uma beleza! Um vinho límpido, com lindo aspecto brilhante, de coloração amarelada, tendendo ligeiramente ao esverdeado. Sem malolática, mas com bâttonage, mostra isso em sua estrutura bem marcada.
Foi um imenso prazer saborear o vinho, e as colheradas intensas deste consomê memorável.
Deu até vontade de repetir… Se alguém quiser ir, me chama que vou novamente.
