Bruno Agostini
Sabe quando você entra em um lugar e logo se sente bem à vontade, como se fosse velho frequentador?
Pois foi assim na Bodega de la Ardosa, em Malasaña, dica certeira, como as outras, do amigo Raphael Renaldin, como contei neste post aqui.
Parecia que eu era um antigo frequentador, depois de apenas uns 30 segundos lá dentro. Já me sentia íntimo do lugar logo neste primeiro contato, tipo amor à primeira vista.
A frequência mescla locais e turistas. Os primeiros, chegam e logo fazem seus pedidos, enquanto os forasteiros perguntam sobre as comidas, e tiram fotos.
As pessoas não costumam a demorar muito ali, menos eu, encantado com o ambiente e a qualidade das comidas. Gastei pelo menos uma hora, tapeando e bebericando, com a calma que Deus me deu em situações de deleite como tal.
Um lugar antigo tem personalidade, e a alma da Ardosa tem a amplitude do tempo transcorrido desde a sua inauguração, em 1892, até os dias de hoje.
Na primeira visita, cheguei no fim de tarde, e pedi vermute tinto com anchoa, combinado que custa módicos 3 euros. Porém, a dupla só é servida até às 18h, lamentavelmente. Porque já havia passado deste horário.
Mas, eu ganhei um papelzinho, escrito assim: “Vale uma porção de batatas bravas na Casa Baranda”. Nem precisei perguntar onde era, pois já sabia, e estava nos planos ir para lá. Casa vizinha, quem leu o post do link acima já sabe: um sensacional bar especializado em Jerez. Não vou entrar em detalhes, porque merece um post à parte, o que farei na próxima terça, praticamente uma continuação desse, que será o destaque da coluna De Bar em Bar.
Foi uma das razões que me fizeram voltar no final da manhã de um domingo. Cheguei por volta das 11h30, e fui logo matar o desejo de comer anchoa bebendo vermute. O contraste do sal com o doce me seduz.
Pedi três rodadas, só pra ter certeza que essa combinação é maravilhosa. Digo mais. Fica ainda melhor antes do almoço de um domingo ensolarado em Madri em meados de maio.
Fui até o balcão.
Além do cardápio anotado na parede do bar, há alguns pinchos. Olha que sorte a minha: tinha um irresistível, de pimiento de piquillo recheado com angulas salteadas no azeite com alho e muita pimenta. Uh-lá-lá!!! Pedi uma taça de Verdejo de Rueda para acompanhar. Depois, não resisti e solicitei mais um pincho.
Fui embora com uma certeza: toda vez que for novamente a Madri vou passar por lá. Talvez duas, quem sabe mais vezes.
Bodega de la Ardosa já conquistou seu lugar na minha vida, como um dos meus bares preferidos no mundo.
SERVIÇO
Bodega de la Ardosa: Calle de Sta Engracia, 70, Malasaña, Madri. grupoardosa.es/la-ardosa/ Instagram: @laardosamalasana
