Se hoje o Brasil é reconhecido pela alta qualidade de seus espumantes, muito se deve á Chandon. Não apenas porque só a presença de uma das principais referências no assunto já é um indicador do potencial. Não só porque estão entre os produtores que ajudaram a popularizar o estilo por aqui. Não só porque produzem borbulhas de qualidade. Mas também pelos profissionais que trouxeram, e que ajudaram a formar uma geração de profissionais especializados em espumantes. Foi para trabalhar na Chandon que Mario Geisse chegou ao Brasil, em 1977. O resto da história já sabemos: o cara é uma lenda, e seus vinhos são os mais premiados do Brasil internacionalmente. E estão cada vez melhores. E há cada vez mais lotes mais antigos, evoluídos e maduros. Curioso é que o estilo é exatamente oposto ao da Chandon, que faz espumantes mais leves e aposta na Riesling Itálico para marcar essa característica, que é usada em cortes equilibrados, com as tradicionais Pinot Noir e Chardonnay, no Réserve Brut, no Réserve Rosé e no Rich Demi-Sec.
Certa vez, conversando com o enólogo francês François Hauteker, da Chandon do Brasil, ele me disse:
– Fazer espumantes através do método tradicional ou charmat é uma questão de estilo, e não de qualidade exatamente. E preço também, porque o processo é mais barato. Quando viemos para o Brasil já estava decidido que não faríamos espumantes através do método tradicional, senão vamos competir com nós mesmo, com nossa linha de champanhes.
O fato é que a linha da Chandon é bem consistente, e eles conseguem manter o estilo ano após ano, o que é um grande mérito: quando compramos uma garrafa, sabemos o que vamos beber. E seu espumante de entrada, o Réserve Brut é a grande mostra desse estilo, que eles definem assim: “Elaborados no Brasil, com herança francesa”.
Corte com Riesling Itálico (35%), Pinot Noir (35%) e Chardonnay (30%), é um vinho fácil de gostar, com aromas de limão e flor de laranjeira, com um bom trabalho feito com as leveduras, que deixam sua marca em notas amendoadas bem sutis. Tem uma acidez marcante, que lhe faz versátil para a gastronomia. E justamente pela combinação de acidez e leveza, é desses vinhos que a gente pode beber do aperitivo até o prato principal – e dependendo da sobremesa, se não for muito doce, e especialmente caso tenha componentes cítricos e textura cremosa, ele também não faz feio, diria até que faz bonito.
Custa em média R$ 73 em sites, e já vi a preços melhores, recentemente, em locais como as Lojas Americanas.