
Muita gente tem preconceito contra a uva Gamay, e sobretudo sobre os vinhos feitos com ela: os Beaujolais (Nouveau, principalmente). Esta denominação ao sul da Borgonha dá origem a vinhos festivos, leves e frutos, para muitos bobos até.
A foto é que a região de Beaujolais está longe de ser apenas Nouveau. Existe neste universo há coisa séria, muito séria. Vinhos deliciosos, que podem evoluir por anos e anos, que tendem a ser sedosos, com boa acidez e equilibrados – com taninos que nos melhores exemplares chamam a atenção pela aveludada firmeza.

As melhores denominações, para mim, são Fleurie, Côte de Brouilly, Morgon, Moulin-à-Vent, St-Amour, Julienás, Regnié e Broully. Não me atreveria a dizer qual prefiro. Fleurie, Moulin-à-Vent, Morgon e St-Amour, pronto, o quarteto predileto.

Mas hoje vamos falar de Fleurie, em homenagem a Georges Duboeuf, o maior produtor da região, que morreu essa semana. O seu Fleurie Sélection Georges Duboeuf é um grande vinho, delicado, cheio de aromas agradáveis, de flores como rosas, de frutas como groselha, morango e framboesa. Na boca é macio, com acidez no ponto. Uma delícia. (A foto de capa deste post é do Instagram do amigo Pedro Mello e Sousa – @talheres)
Uma virtude desse vinho é que podemos bebê-lo jovem, logo que chega ao mercado, mas também podemos tranquilamente guardar uma garrafa por até dez anos – quem sabe um pouco mais (já bebi Fleurie festejando seus 15 anos e que estava impecável).

Com um perfil completamente diverso demais produtores da região, Georges Duboeuf criou um centro de visitantes impressionante: o Hameau Duboeuf é uma experiência fantástica, e essa semana vamos mostrar um pouco deste espaço, em Romanèche-Thorins – visita obrigatória.
Quem importa é a Interfood, que não faz venda direta. No Rio, os vinhos de Georges Duboeuf podem ser encontrados na Bergut (2220-1887). No site TodoVino.com.br ele está custando R$ 208,80 (apurado dia 6/1/20, neste link).
Site do produtor.