Bruno Agostini
Teve um tempo que eu ia muito ao Da Brambini, com meu pai, em almoços tardios nos fins de semana.
Comíamos o couvert indispensável, e alguma receita com frutos do mar, sobretudo, mas lembro de memoráveis pratos robustos nas temporadas de outono-inverno: ossobuco sublime, risoto de pato divino.
Mas, a prioridade sempre foram os pescados, e comer diante do mar é sempre um convite aos seus frutos, e os peixes: era espaguete ao vôngole; pargo ao sal grosso; lagostins grelhados com manteiga queimada; cavacas ao limão e algum risoto ou massa colorida pelo corante negro da tinta de lula.
Na terça tive aprazível almoço por lá, desses que dão vontade de voltar. E repetir.
Jamais dispensaria o couvert, com sua fritada de legumes, úmida e umami, e deliciosas conservas de berinjela e abobrinha, além de dueto de pimentões vermelhos e amarelos, com bons pães e um azeite português, desses de alta categoria.
Teria igualmente desejo de pedir o espaguete ao vôngole que aprendi a gostar ali naquele miúdo salão com jeito meio toscano. Lambreta amarela decora.
Mas teria natural impulso de solicitar novamente o prato de lagostins grelhados, sugestão do mestre Valdir Braga, um desses craques do salão. Com manteiga, que não viria, mas ao ser pedida chegou prontamente.
A amiga escolheu pargo ao sal grosso. Delícia que provei. Outra sugestão do maître.
Bebemos o Compromisso 2021, da Quinta da Lixa, delícia de Loureiro, excelente para peixes e frutos do mar.
Quase dispensamos o tiramisù, mas foi muito bom compartilhar o doce, muito bem executado. Terminamos com café e limoncello.
Desci pela escada, alcancei o calçadão do Leme, o bafo quente da tarde. Percebi que estava de volta ao Brasil, depois de uma pequena viagem a meu passado com meu pai, e ao meu país preferido, à Itália.
Grazie mille!!!
