Linha Leopoldina Reserva: recordações de uma tarde regada a cervejas especiais na Palace

Witbier com mexilhões: combinação clássica e certeira – Foto de Bruno Agostini®

Em uma dessas tardes que o trabalho na Palace me proporciona recebi a visita do amigo José Raimundo Padilha para provar umas cervejas com os representantes cariocas da Casa Valduga. Para quem não sabe, a vinícola, além de produzir e importar vinhos, também faz umas ales e lagers, algumas delas bem especiais, colocadas em garrafas de grande formato, com 750 ml e rolha “cogumelo”, como nos espumantes. É a linha Leopoldina, nome em homenagem à localizada a sede da empresa: Via Trento 2355, Linha Leopoldina, Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves / RS.

Uma curiosidade: a linha chamada “Gran Reserva” tem as duas cervejas mais caras do Brasil (no estilo Barley Wine, com 14% e três anos em barricas de carvalho), provavelmente: custam R$ 599 no site: https://loja.famigliavalduga.com.br/cervejas/gran-reserva

A prova foi interessante. E fomos em combinações clássicas. Começamos com a Witbier escoltando o prato de mexilhões e ostras, aquela harmonização clássica da Bélgica, origem do estilo, e pátria das “moules et frites”, muitas vezes finalizada com a própria cerveja, uma delícia. Os mexilhões da Palace à vinagrete são ótimos, e uma maneira sempre boa de começar a refeição por lá. Eu, ainda rego com azeite, e boto um pouco de pimenta – pra quem gosta, tem incandescentes vidros de Carolina Reaper no bufê: uso muito, recomendo, mas tenha cuidado. Também teve espetada de pirarucu, nesta hora.

Italian Grape Ale, feita com Chardonnay: empresa lançou outra, com Pino Noir – Foto de Bruno Agostini®

Aí, veio uma cerveja que adoro faz tempos, a Italian Grape Ale feita com a Chardonnay, que já foi tema de post aqui (para ler, clique aqui).

Uma delícia, de verdade, muito boa cerveja, ainda melhor combinada também com os pescados servidos ali (tem além das citadas conchas, uma ótima sardinha portuguesa, e também um muito bom arenque defumado, servido com maionese de urucum – outros itens que sempre pesco no bufê de frios, assim como a casquinha de siri, que fica no balcão aquecido). Assim está no site a sua descrição, que reproduzo: “A Leopoldina Italian Grape Ale traduz a perfeita união de dois mundos, o da cerveja e do vinho! Elaborada durante o período de vindima, esta cerveja está ligada ao terroir do Vale dos Vinhedos, pois leva em sua composição o mosto da uva Chardonnay, dos reconhecidos vinhos da Casa Valduga. Elaborada pelo método tradicional com segunda fermentação na garrafa, e elegante e seca. Com marcantes notas da uva Chardonnay, o estilo base saison se complementa pelas notas frutadas e condimentadas.”

Falando em Italian Grape Ale, parece que a Valduga está trabalhando em uma versão tinta, com a Pinot Noir – a ver, tomara que sim! (Entrei no site, e vi que já lançaram, vou tratar de provar: quem quiser, está neste link, e custa R$ 89, preço padrão dessa linha no site da empresa).

Em seguida, mais um encontro entre comida e bebida que sempre dá certo: IPA com BBQ. Bem estilo Estados Unidos, fomos de cartes diversos, começando com entranha, cowboy steak e, ancho e chuleta encabeçando os pedidos, que foram servidos com fritas e farofa. Não faltou uma bela pancetta com melado ao tomilho, com o contraste entre doce e salgado sendo ainda mais evidenciado pela cerveja. Agora, infalível mesmo eu achei a IPA com o costelão: vá no chamado “tuti”, e peça mais apreciada por mim. Dá certo, dá muito certo, dá certíssimo. E você pode ir provar, pois a IPA entrou na carta – assim como a sensacional Italian Grape Ale e a Stout.

Então, partimos para mais uma rodada. Como também tenho o hábito de fazer em tardes especiais como aquela, eu fecho o almoço primeiro com um bom prato de queijos e frutas secas, onde boto ainda um pouco de mel, e quem sabe alguma geleia: uso gorgonzola alemão às vezes, e sempre pego o Canastra da vez (variam os produtores da Cooperativa local que fornece os queijos), o Brisa, que lembra um brie, e o Arupiara, de cabra, produzido pela Fazenda Carnaúba, da família Suassuna, que foi criada por Ariano nos anos 1970, excelente representante da cultura gastronômica do sertão (estão em Taperoá/PB). Foi lindo, deu orgulho do Brasil, suas cervejas e iguarias artesanais.

Pura harmonia: prato de queijos, frutos secos e geleias com Tripel – Foto de Bruno Agostini®

Sim, porque àquela altura íamos nos despedindo do belo almoço, com uma dupla de cervejas de respeito: primeiro, a Leopoldina Tripel, lindo exemplar do estilo, que foi a mais perfeita harmonização para o prato de pré-desert: nela havia notas de frutos secos e de especiarias, que fazem par perfeito com os sabores salgados dos queijos, e da untuosidade das castanhas, das tâmaras e damascos que apreciávamos. Isso, sim, pode ser chamado de maravilha sem que seja exagerado. Com seus 45 dias de estágio em barricas francesas e bem integrados 9% de álcool, a cerveja brilhou, com sua espuma bem formada, seus perfumes de malte, mas sobretudo das leveduras que fazem a fermentação na medida exata, entregando um pouco de corpo e de calor à bebida. A receita tem um pouco de sementes de coentro, e casca de laranja, compondo bem o sabor, e deixando a cerveja mais complexa nos aromas. Ficaria bem com carnes também. De certo, com aquelas que têm mais gordura, e molho tendendo ao doce, como um BBQ, ou mesmo o já citado melado ao tomilho da pancetta. Bacon no mel, igualmente. Ô, sorte!

Densa e potente, uma bela representante do estilo Russian Imperial Stout – Foto de Bruno Agostini®

Encerramos, novamente, apostando em combinações certeiras, consagradas pelo mundo da zitologia – que é o estudo da cerveja (um momento de erudição, por favor). Foi uma tarde de muito conhecimento e alegria de explorar esse universo. Fomos de Russian Imperial Stout. Para tal, consagrando a sobremesa mais pedida da casa, fomos no ovo de gato, para os apaixonados por chocolate: tem sorvete artesanal de baunilha sobre uma cama de língua de gato feita na casa e coberto com Ovomaltine.

Gran Finale: uma das melhores cervejas que há – Foto de Bruno Agostini®

Mentira que encerramos: tinha uma outra lindeza, a Cosmic Overwprks Pomegranate & Hibiscos, uma joia da escocesa Brewdog, uma OAK Aged Sour que está entre as melhores cervejas que já provei. Um monumento…

Thank you, folks! Good job!

E, à Valduga, estendo os meus cumprimentos: Grazie Mille!!!

 

E MAIS:
– Cerveja de Bandeja: Leopoldina Reserva, a linha de cervejas MUITO especiais da Casa Valduga

Site da Brewine Leopoldina: https://brewineleopoldina.com.br/pt/
Site da Casa Valduga: https://www.casavalduga.com.br/
Site da Churrascaria Palace: https://churrascariapalace.com.br/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *