Portugal é o país do arroz. A grande nação, maior autoridade no assunto.
Eles dominam a arte do preparo deste grão como ninguém.
Sei disso por conta de uma semana que passei por lá.
Logo no primeiro dia, um arroz de polvo caldoso, no hotel Monverde.
No segundo, o almoço foi vitelo de Arouca, com a companhia de um arroz de feijão espetacular, no Espiúnca, na Lixa.
Já na terceira noite, o jantar na Casa Ventura, em Amarante, também teve esta ilustre guarnição, desta vez enriquecida por chouriço (morcela) e repolho.
Partimos do Minho com destino ao Porto.
Paramos para almoçar no restaurante Casa do Lago. Comemos bochechas, com uma espécie de arroz chinês, mais seco, escuro pelo caldo e condimentado.
Já em Matosinhos, ao anoitecer, no Dom Peixe comemos robalo na brasa, escoltado por arroz de feijão, desta vez com grelos e novamente com chouriço, de sangue.
Já estamos no quinto dia, e no Opina nos fartamos com um panelão de arroz de peixe, um monumento úmido e perfumado, com pescados distintos em pontos exatos de cozimento.
Nos aproximamos do fim. Último dia inteiro de viagem.
Foi o único em que não comi arroz.
Mas, em compensação, a derradeira refeição em Portugal foi no restaurante O Gaveto, novamente em Matosinhos, Paraíso dos Pescados, e dos repastos de arroz meloso, ou malandrinho, desses caldosos e exuberantes que há neste país, sobretudo no Norte, das mesas fartas e da gente exagerada.
Pedimos o arroz de lavagante, que é a melhor de todas as lagostas: azul, com duas pinças. Homard bleu, em francês. O cúmulo do sabor.
Ainda mais porque o João, sócio da casa e chefe de sala, fez o favor de encontrar ovas de lavagante, e espalhá-las por sobre o arroz.
Um acinte!
CONTINUAÇÃO…
Retrato de um Prato: o paradisíaco arroz de lavagante d’O Gaveto, em Matosinhos.
2 commentários
Não vi o arroz de cabidela ser mencionado…
Desculpe, não entendi o comentário, o post já é antigo, não me lembro deste detalhe