Lançada em 1976, com um Cabernet Sauvignon, a linha Marquês de Casa Concha é famosa pelos seus tintos sedosos, que de uns seis ou sete anos para casa ficaram mais leves e delicados, a partir do momento em que as suas uvas passaram a ser colhidas mais cedo, com menos açúcar (e consequentemente menos álcool) e acidez mais elevada. Foi uma guinada no estilo, seguindo um movimento adotado por várias vinícolas chilenas e argentinas, buscando menos potência e mais elegância.
É um vinho de referência para mim, e gosto sobretudo do Syrah e do Cabernet Sauvignon. O que eu tinha me esquecido era que a linha também tem um branco, um Chardonnay com passagem em madeira, esse bem parrudo, como é esperado de um vinho do gênero.
É um Chardonnay clássico, dos que passam em madeira. Amarelada, quase dourada na cor, tem uma boa expressão de frutas, das frescas, especialmente abacaxi, melão maduro e pera, às secas, remetendo a damasco, tâmaras, e notas amendoadas, além de cítricas, como pomelo. Um outro nítido aroma é o mineral, resultado do solo do Vale do Limarí, de onde saem as uvas. Tem espessura e cremosidade na boca, é amanteigado em termos de textura e aroma. Refrescante, chama a atenção a acidez, que o torna agradável a gastronômico. Seu final é longo, e deixa sabores amendoados e amanteigados.
Escoltou brilhantemente um nhoque caseiro de batatas, com molho de carne assada “au poivre” desfiada e um pouco de parmesão. Interessante como o nhoque, tostado na manteiga, se entrosou muito bem com o vinho, com suas notas tostadas e amenteigadas. Do mesmo modo, a acidez ajudava a limpar a gordura do prato, e a pimenta deixou tudo ainda mais equilibrado.
Quem disse que vinho branco não combina com carne, e com o inverno? Eu é que não fui…
www.marquesdecasaconcha.com
Vendido a R$ 84,99 no site das Americanas.