De Bar em Bar: em Florença, inaugurada em 1875, a casa dos panini e dos Chianti é o menor grande bar do mundo

O bar foi inaugurado em 1875 e vive lotado (mas com essa capacidade….) – Foto de Bruno Agostini

Não poderia dizer que é o menor bar do mundo, porque não conheço todos, evidentemente  – embora tenha visitado muitos, em vários lugares. Mas o Il Due Fratellini, em Florença, certamente é o menor bar em que já estive.  Um grande bar. Não há sequer mesas e cadeiras. Nele cabem tão somente três pessoas no balcão, mas ninguém come ali. É um lugar só para comprar e receber os pedidos, o assento é rua, o paralelepípedo – porque sempre vai ter cliente atrás de você esperando a sua vez.

Ali do lado de fora, repare, há prateleiras para os copos – Foto de Bruno Agostini

Do lado de fora há prateleiras para os clientes apoiarem seus copos de Chianti enquanto comem de pé – e quase todas as lojas da vizinhança colocaram estruturas para impedir as pessoas de se sentarem em suas portas (são pinos apontados para cima).

Paralelepípedo vira assento – Foto de Bruno Agostini

A fila na porta, se é que se pode chamar de porta, é inversamente proporcional ao tamanho do Due Fratellini. Notei uma quantidade de orientais muito grandes, e resolvi apurar as razões. “Saiu uma matéria em um jornal japonês há algum tempo, aí começaram a vir em massa” – explicou-me o atendente do lugar, também chamado no singular I Fratellini, e cujo menu principal tem tradução para o japonês (mas eles têm tem cardápios separados em várias línguas, inclusive o português) e também o inglês. A casa, se é que se pode chamar assim, existe desde 1875, é um achado, e seus panini (panino no singular)  custam 4 eros (tem taça de Chianti 1 euros).

Porchetta com Chianti: 5 euros no total, e vale por uma refeição – Foto de Bruno Agostini

Se cabem só duas pessoas no balcão, o mesmo se repete lá detrás dele, onde uma dupla se espreme para dar conta do serviço: montar os sanduíches, servir a bebida, receber o pedido e dar o troco. Uma vitrine refrigerada expõe algumas das iguarias servidas ali, onde a especialidade é o panini, servido com cerca de 40 diferentes recheios – para quem não sabe, panini é um sanduíche italiano, muito popular no país, como comida de rua (há algum tempo o grupo Fasano abriu em São Paulo o Gero Panini, cuja especialidade está clara no nome).

As combinações são de mar e terra, e listadas por números, à esquerda do balcão – são cerca de 30, mais as especialidades da temporada ou do dia. Como geralmente acontece em toda a Itália, os menus mudam de acordo com a estação e a disponibilidade de ingredientes frescos, mas a maior parte dos itens está sempre em cartaz – afinal, há muitas conservas e produtos que se encontra ao longo do ano inteiro.

Das águas, tem atum sott’olio com tomate e cebola roxa; arenque com cebola, alici com manteiga (se nunca provou essa combinação tão simples quanto deliciosa, tente em casa), e outras variações com esses peixes em conserva.

Para beber, Chianti, bem mais barato que a água – Foto de Bruno Agostini

Da terra, a lista é um pouco mais vasta, e dos mais pedidos estão porchetta, queijo de cabra com funcho, linguiça crua com berinjela, salame picante com queijo de cabra, presunto cru com mozzarella, presunto cozido com salsa verde, salame de javali selvagem com manteiga e uma versão vegetariana (um mix de legumes), pecorino trufado com rúcola, peru assado com tomate e salada, lardo di Colonnata (que brilha solo no sanduíche), breasaola com rúcula, tomate seco com pecorino e bacon com pimenta, e outras opções.

SERVIÇO
Via dei Cimatori 38/r, Florença. Tel.: +39 (055) 239-6096. Atenção, a casa só funciona das 10h às 19h (domingo fecha ás 17h).

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