O peruano presta reverência ao pisco, coisa que só há pouco tempo o brasileiro começou a fazer com a nossa cachaça – e em ritmo ainda bem moderado. Quando estive em Lima também notei que a coquetelaria tem uma força por lá – talvez justamente por causa do pisco, mas também pela natureza de sua cozinha típica – que também só de uns tempos para cá vem chegando ao Brasil. O normal nos bares e restaurantes de Lima, coquetéis acompanharem a comida mais que vinho e cerveja. Em cada um deles o bar tem potes com infusões de pisco em frutas e ervas (principalmente a coca).
Sei que esse movimento tem aumentado a oferta de destilados com o DNA do país. Em Chicago, recentemente, fui apresentado a um uísque de quinoa, muito bom por sinal. Ele é feito com duas variedades do grão, que tem milhares delas: vermelha e branca, além de malte de cevada. Mas é um produto americano, feito pela Corsair Distillery, de Nashville, no Tenesse.
Há duas semana, no restaurante peruano Lima, conheci um gim peruano e uma vodca – feita com batatas nativas peruanas, da marca 14 Inkas, a primeira a produzir a bebida nos Andes. Não cheguei a provar nem um nem outro, mas pela embalagem – que já revela muito de um produto, especialmente os mais artesanais – devem ser bem bons.
O gim, da Amazonian Gin Company, é feito com ingredientes amazônicos, cultivados por pequenos agricultores. Entre os botânicos estão physalis, camu camu, zimbro orgânico da Macedônia, castanha-do-Pará (ou do-Brasil), fava tonka, limão sidra áspero, limão doce e sacha inchi.