Perez Cruz Cabernet Sauvignon 2018: um tinto chileno do Maipo em sua essência

 

O vinho, em garrafa magnum (R$ 250 no site da ASA), é fiel ao estilo de sua região – Foto de Bruno Agostini®

Um Cabernet Sauvignon do Chile, produzido no Vale do Maipo, tem uma regularidade rara, ano a ano. Com uma clima muito pouco variável a cada safra, a gente sabe o que esperar deste tipo de vinho. Muita fruta, taninos firmes, mas maduros, e vigor, com robustez. Bom é quando o álcool fica em torno dos 13,5%, o que é cada vez mais comum. Isso porque, hoje, os enólogos buscam mais acidez no vinho, e tentam colher a uva um pouco mais cedo. O perigo disso é a gente ter indesejáveis aromas verdes, de pimentão e grama cortada, de modo exagerado, dominando o paladar.

Este Perez Cruz Reserva 2018 é um exemplo de um vinho muito bem feito, redondo, macio e com boa presença aromática, consegue justamente manter o equilíbrio entre a acidez, os taninos e o álcool, podendo assim revelar uma agradável combinação de frutas frescas, como cerejas e amoras, com notas de especiarias, como pimenta-do-reino, ervas, como tomilho e alecrim, e apresentando ainda alguns elementos vindos do carvalho (12 meses), que deve ser americano, pois deixa notas de insinuação adocicada, como baunilha. (Depois de escrever, vi a ficha: 60% carvalho americano e 40%, francês, além disso, tem 6% de Carménère).

Tal perfil de vinho caiu no gosto do brasileiro justo pela características citadas acima. Combina boa presença de fruta com toque de madeira, tem taninos e acidez presentes, mas equilibrados, e apresenta notas condimentadas com sugestão adocicada, levemente, o que agrada em cheio o nosso paladar.

Um vinho que pede carne. Nem precisa ser uma paleta de cordeiro, que se entende muito bem aqui, mas qualquer corte bovino desses que usamos em churrasco, como ancho, picanha, fraldinha ou mesmo um belo costelão. Penso o mesmo em relação ao american BBQ, e estou certo que seria ótimo parceiro de um bom brisket ou com opulento pedaço de beef ribs. Poderia até substituir um tinto português na harmonização com um arroz de pato, e certamente vai bem com um prato bem brasileiro: carne-seca com abóbora.
No seu próximo churrasco, uma garrafa magnum dessas vai fazer bonito, por um preço difícil de encontrar. Custa R$ 250 no site da importadora, a ASA Gourmet,  que tem um portfólio certeiro,  com destaque para Chile e Argentina,  com excelentes marcas, e otima relação custo-benefício. Ou seja, sai a R$ 125 a garrafa. E uma magnum sempre impressiona. Pode ir sem medo de errar. Vai por mim.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *