Retrato de um Prato: Leche de Tigre – quem gosta de cozinha peruana precisa ir logo provar este prato do Q Ceviche

O prato tem atum, abacate, cebola roxa, batata-doce e coentro em leite de tigre com maionese de alho, coroado com espetinho de lula empanada – Foto de Bruno Agostini®

 

Não chega a ser exatamente uma novidade, uma vez que a casa foi inaugurada em julho do ano passado, no meio da pandemia. Lançaram um pequeno menu de verão, com alguns pratos para a estação, e que logo se vão com ela (ainda dá tempo).
O Acevichado permanece em cartaz. Trata-se de um tipo de ceviche popular, que leva maionese caseira, o que lhe dá cremosidade, e também atenua a acidez cortante típica do limão e da cebola roxa, característicos da receita, além da pujança da pimenta. A cumbuca traz atum, abacate, batata-doce, cebola roxa e coentro, em leite de tigre (caldo esbranquiçado que leva limão, cebola, pimenta e outros temperos, além de aparas de peixe, como base) com maionese de alho, servido com espetinho de lula empanada.
Bem bom mesmo, fiel à escola gastronômica peruano, ao contrário de muitas versões que vemos por aí, já que hoje tem ceviche até em restaurante italiano, nada mais que tartare de peixe mal curado em limão.
Mas, no final da noite, vi que o que eu mais gostei mesmo foi do vigoroso Leche de Tigre, com este caldo potente com peixe branco, camarões, cebola roxa, coentro, pimenta dedo de moça e milho torrado, com espetinho de lula empanada, finalização que parece ter se tornado quase uma marca registrada deste restaurante, que é uma marca do grupo Accor, e está localizado discretamente junto ao lobby do Mercure da Av. Atlântica, perto do Figueiredo Magalhães.
O interessante do prato, se compararmos com o Acevichado, é que ele, como havia informado a gerente, é “muito forte”.
E é mesmo, e eu de fato gosto. O limão grita na boca, com sua acidez cortante, agravada pela pimenta que arde de verdade. O coentro perfuma, a cebola
traz o crocante necessário, junto com o milho, que deixa ainda uma certa doçura acastanhada. O melhor de tudo é pescar neste caldo revolto como um mar de ressaca os camarões de bom tamanho, perfeitamente cozidos, aparentemente no vapor, e que brilham nesta receita marcante de ceviche.
Mas, se quiser provar, vai ter que correr. Ou trate de convencer a Gabi Fiúza, que apresentou o prato e ainda faz bons pisco sours no bar, um deles com o destilado peruano de uvas em infusão com pimenta. Porque a gastronomia peruana pode ser tudo, menos discreta.
SERVIÇO
Q Ceviche Rio: Mercure, Av. Atlântica 2554, Copacabana. Tel.: 3545-5100. Instagram: @qcevicherio @mercurecopacabana
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