Bruno Agostini
No ano passado conheci o chef José del Castillo, em sua Isolina Taberna Peruana, seguramente um dos restaurantes que recomendo com mais entusiasmo em Lima. Há ceviche, por supuesto. Mas, ali, a cozinha vai muito além deste preparo clássico do país, hoje um fenômeno gastronômico universal.
Eu defino o lugar como um restaurante de comida tradicional, urbana, caseira e familiar de Lima, onde o uso da expressão comida afetiva, que anda um pouco desgastada pelo excesso de utilização, faz todo o sentido. Isolina, inclusive, é o nome de sua mãe, matriarca da família, cozinheira de mão cheia
A cozinha da Isolina Taberna Criolla, como também se referem a este lindo restaurante, num casarão histórico do bairro boêmio de Barranco, é a própria representação do caleidoscópio de influências culturais que formam a base da culinária do país. Isso significa trazer as heranças dos povos nativos, do litoral, dos Andes e da Amazônia; misturando com técnicas e receitas dos colonizadores espanhóis, dos povos escravizados da África, bem como as imigrações, a partir do final do século 19, num balaio de inclui italianos, japoneses e chineses, principalmente.O resultado é a gigantesca variedade de pratos que podem encontrar no Peru, classificando como tradicionais.
Eu, cada vez mais e mais, gosto do país, de sua gente, de sua cultura, de suas paisagens, e de sua gastronomia, o que inclui o Pisco, e a riqueza da coquetelaria que existe por lá, tendo o destilado de uva como o elemento principal.
Falei muito, para poder chegar aonde queria: patitas de cerdo con maní. Ou seja, pé de porco com amendoim.
Que prato espetacular!
Havia provado no ano passado, quando Castillo me serviu uma bandeja com sete pratos típicos de Lima, um serviço para três pessoas, com um pouco de tudo, de dobradinha à italiana e ají de galinha passando por chicharrones (barriga de porco crocante) e moelas de frango guisadas, entre outras receitas. Bárbaro!
Um dos destaques foi o pé de vitelo com amendoim, espetacular, com influências africanas e chinesas, com o mocotó envolto em molho cremoso, extremamente saboroso.
No sábado passado, o chef Marco Espinoza resolveu mudar a nossa programação, e trocou uma cevichería que estava prevista em nosso roteirpor um almoço na Isolina.
O cardápio ali muda muito, é impresso em papel, e alguns pratos ficam listados em lousa. Havia “patitas de cerdo com maní”, e não seria possível resistir.
O prato é espetacular, ainda melhor do que o preparado com vitelo. Arroz é adequada guarnição, recebendo muito bem o molho, cremoso e repleto de sabor. E eu usei e abusei do potente molho de pimenta da casa, fundamental neste caso, penso eu.
O paladar agradece.
#vaipormim
#vaipormim
SERVIÇO
Isolina Taberna Peruana: Avenida Prolongación San Martin 101, Barranco, Lima. Tel.: +51 943- 833-031. https://isolina.pe/
Isolina Taberna Peruana: Avenida Prolongación San Martin 101, Barranco, Lima. Tel.: +51 943- 833-031. https://isolina.pe/
