O Vale de Casablanca é uma das regiões vinícolas com características mais particulares da América do Sul, como contamos neste post recente. Em resumo, dia sim, outro também, a área amanhece coberta por um denso nevoeiro, que protege parte dos vinhedos do sol matinal, que acaba por atingir apenas as partes mais altas.
Uma das vinícolas pioneiras, fundada em 1993, foi a Casas del Bosque, cujos vinhos conheci em 2005, na minha primeira viagem ao Chile: seu Pinot Noir me foi recomendado pelo sommelier do restaurante Astrid e Gastón, e ficou marcado na memória. Pela qualidade e pelo fato de quem não me lembrava até então de ter provado algum rótulo de Casablanca, e lembro dele comentando ser uma região emergente, o que se confirmou para mim nos anos seguintes, e até hoje saem de lá alguns dos vinhos de que mais gosto no país, e lá estão algumas das vinícolas que mais admiro: a própria Casas del Bosque, a Viña Casablanca, a Matetic, a casa Marín, Bodegas RE, Kingston Family, Emiliana e Loma Larga, entre outras poucas, pequenas e boas.
Recomendo muito, quando possível, uma visita á região. Recentemente provei um Sauvignon Blanc de que gostei muito, da Casas del Bosque (https://www.casasdelbosque.cl/), que se define como “Fanáticos pela Sauvignon Blanc”: trata-se do Casa Viva Sauvignon Blanc, que só comprova a vocação de Casablanca para a produção dessa uva, assim como a Pinot Noir, que nem sempre dão resultados muito elegantes no Chile. A primeira casta muitas vezes apresenta caráter vegetal exagerado, e a segunda acaba ficando extremamente madura, com notas um tanto enjoativas de goiabada.
Esse Sauvignon Blanc é o que esperamos de um vinho com esta uva: cítrico e refrescante, com notas vegetais, sim, mas não excessivas, além de limão e ervas, aspargos. Acabei provando o vinho sozinho, como aperitivo, mas é desses que vão se entender com quase tudo o que sai do mar, sobretudo ostras, peixes de carne branca, gordos ou não, camarões e outros crustáceos e até carnes de porco (funciona como se fosse o limão, para temperar). Com acidez elevada, limpa a boca e deixa o caminho livre para o prazer da comida se renovar a cada garfada, como deve ser quando escolhemos um vinho para isso. Naturalmente, como é natural dessa uva, vai bem ainda com queijos de cabra e com saladas (neste caso, fiquei imaginando com “tonno sotto’olio”, o atum confitado no azeite, como um bom vitello tonnato ou a clássica combinação italiana, com feijão branco, cebola roxa, tomilho e azeite). Um vinho que dá grande prazer.
Obs.: a linha Casa Viva é exclusiva para exportação.
SERVIÇO
O vinho está custando R$ 84,96 no site da Berkmann Wine Cellars, que importa o vinho para o Brasil, neste link aqui: https://bwcbrasil.com.br/h4h/produto/casa-viva-sauvignon-blanc/. Mais informações no WhatsApp (21) 98154-0814. Para ver o catálogo completo da linha dessa importadora, clique aqui: http://bwcbrasil.com.br/catalogo2020.pdf.
E MAIS:
Uma seleção com 15 vinhos da Berkmann, e uma ação para ajudar os restaurantes em tempos de Covid-19: clique aqui.