Campanha Gaúcha ganha Indicação de Procedência (e mais 15 dicas de vinhos com ótimos preços)

Vinhedo da Cordilheira de Santana, na Campanha Gaúcha – Foto de Bruno Agostini

 

“Sabe o longe. Ande um pouco mais, então se chega à região da Campanha Gaúcha, a área mais ao sul do Brasil, junto às fronteiras com Uruguai e Argentina. A viagem desde Porto Alegre leva mais de quatro horas, talvez cinco, atravessando uma paisagem marcada por plantações de soja e trigo, com alguns aglomerados de eucalipto, que ocupam toda a planície, com suaves elevações, e algumas florestas resistentes à pecuária e à agricultura. Pastos alimentam cavalos, e o gado. É, entre tantas manifestações humanas e geográficas, o que podemos chamar de Brasil profundo. O gaúcho valente, de bombacha e chimarrão, esse cara nasceu aqui. Inclusive o Analista de Bagé.

Tempo de Colheita na Bodega Sossego – Foto de Bruno Agostini

Andamos, andamos, andamos. E ainda estamos longe. Cruzamos protestos de caminhoneiros. Paramos para almoçar em uma churrascaria de beira de estrada que funciona em um posto de gasolina, onde podemos comprar lembranças de viagem, brinquedos, revistas e CDs de música, um lugar onde lemos na entrada do banheiro: “Favor não limpar cuia de mate”. São muitos os Brasis dentro desse país. Este é o mais austral.”

O simpático e agradável ReD, da Routhier & Darricarrère, em Rosário do Sul, Região da Campanha Gaúcha – Foto de Bruno Agostini

Eu abri assim uma reportagem que fiz sobre a Campanha Gaúcha, quando visitei a região, seguramente uma  das maiores do mundo, em extensão, porém com um reduzido número de vinícolas. A viagem reforçou uma tese que eu defendia já há algum tempo: a Campanha é a região vinícola com maior potencial para brancos e tintos.

Vinhética Sauvignon Blanc 2019: maturado em jequitibá-rosa – Foto de Bruno Agostini

Na semana passada a região ganhou o registro de Indicação de Procedência (IP), a sexta do país, que tem ainda uma Denominação de Origem (DO) e três Indicações Geográficas (IGs). São elas:

Aprovale (DO Vale dos Vinhedos)

Afavin (IP Farroupilha)
Aprobelo (IP Monte Belo)
Apromontes (IP Altos Montes)
Asprovinho (IP Pinto Bandeira)
Progoethe (IP Vales da Uva Goethe)
Vinhos da Campanha Gaúcha (IP Campanha Gaúcha)

Asprovinho (IG Altos de Pinto Bandeira)
Vinho de Altitude (IG Região do Planalto Catarinense)
Vinhovasf (IG Vale do São Francisco)

Minha amiga Paula Brazuna, da Berkmann Wine Cellars, importadora de origem britânica, que tem um excelente portfólio de vinhos. Até o início da pandemia, eles não faziam venda direta, apenas para lojas e restaurante. Porém, no momento estão vendendo os vinhos, e com isso fazendo uma ação de socorro aos restaurantes que merece destaque. Com a sua compra, 20% do valor vai para o restaurante que você escolher, entre os parceiros da empresa (e outros 2% vão para instituições de combate ao Covid-19). Neste link você encontra os vinhos e faz o pedido: https://bwcbrasil.com.br/h4h/

Indico alguns vinhos deles, que já provei, muito bons de preço. São 15, ao todo. Provados e aprovados.

A duplinha da Finca El Paso: excelente preço para o vinho que é – Foto de Bruno Agostini

– Finca El Paso Monastrell (R$77,76) – Espanha
– Finca El Paso Garnacha (R$77,76) – Espanha
– Nina Merlot IGT (R$63,36) – Itália
– Pieno Sud Bianco Terre Siciliane IGT (R$63,36) – Itália
– Quercus Pinot Bianco (R$99,36) – Eslovênia
– Quercus Rebula (R$99,36) – Eslovênia
– Prunus DOC Dão Tinto (R$77,76) – Portugal
– Terras do Pó Branco – Casa Ermelinda de Freitas (R$70,56) – Portugal
– Viña Vasta Tinto (R$56,16) – Espanha
– Vinhética Sauvignon Blanc (R$83,60) – Brasil (já foi o “Vinho da Semana” neste site: para ver o post, clique neste link)
– Vinhética Pinot Noir (R$83,60) – Brasil
– Vinhética Terroir D’Effervescence Brut Rosé (R$69,92)
– Vinhética Terroir de Rosé (R$61,60) – Brasil
– White Rabbit Riesling (R$128,16) – Alemanha
– Zero-G Zweigelt (R$113,76) – Áustria

Campanha Gaúcha ganha Indicação de Procedência – Por Paula Brazuna

Você sabia que a Campanha Gaúcha ganhou o registro de Indicação de Procedência?

Estou tão orgulhosa do nosso país. A safra brasileira de 2020 já é considerada por muitos especialistas a melhor dos últimos 10 anos em qualidade. Junto com essa maravilhosa notícia, o Sul do País ganha destaque com mais uma região produtora de vinho com Indicação de Procedência. Mas o que significa isso?

É necessário demarcar e limitar áreas para somar identidade e conceito de terroir vitivinícola no País, aos quais engloba características próprias de paisagem, biodiversidade, solo, topografia e clima. Com isso podemos ter duas importantes nomenclaturas: a Indicação de Procedência (IP) e a Denominação de Origem (DO). A primeira está relacionada ao nome geográfico da região e a segunda refere-se ao produto final (tipo de uva e produção por hectare por exemplo). A IP é o primeiro passo para se ter uma DO que, por sua vez, é mais específica e detalhada. Por enquanto, o Vale dos Vinhedos na Serra Gaúcha é a única Denominação de Origem de Vinhos no Brasil.

Aqui, apresento algumas fotos da minha visita a Campanha Gaúcha em março de 2019. Como não parabenizar um produtor que eu tanto respeito e admiro como o Gaspar Desurmont da Vinhética, um especialista e entusiasta que entende e expressa a essência da Campanha Gaúcha nos seus vinhos Vinhética. Orgulho em poder distribuir seus vinhos pelo Brasil. Obrigada @julietasomm e @mateushabib por terem me acompanhado nessa visita tão incrível. Gaspar é tão generoso que nos proporcionou opinar sobre seus testes em barricas brasileiras. Um brinde ao Sul do País! Um brinde a Campanha Gaúcha!

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