Vinho da Semana: Erasmo 2009, um Tremedão de um chileno

Este rótulo premiado, apesar da idade, mostra-se ainda jovem e com potencial de envelhecimento – Foto de Bruno Agostini©

Eu conheci o Erasmo há uns bons dez anos. Talvez 11, pelas mãos de seu antigo importador.

Fiquei bastante tempo sem me encontrar com este Tremendão vinho chileno, dos meus preferidos.
Até que fui convidado pela Novo Chile, importadora que traz para o Brasil pequenas bodegas do Chile, para um ciclo de pequenas palestras, para apresentar alguns de seus rótulos para o mercado.
Será três vinhos, dois deles sempre fixos nas 10 degustações que vamos agendar até dezembro: o La Recova Avid e o Erasmo 2009.
– Mas vocês estão importando o Erasmo? E o 2009, ainda por cima?
– Sim.
– Caramba! Adoro este vinho, mais um motivo para aceitar o seu convite. Deve estar uma maravilha este 2009.
– Está, sim.
Do outro lado da mesa de um boteco de Copacabana estava o enólogo gaúcho David Giacomini, que aliás é o dono da La Recova, de quem falarei mais em breve – dele e de seus vinhos.
Vamos voltemos ao Erasmo 2009, que ao contrário de seu xará cantor, tem fama de bom – de muito bom, por sinal.
O vinho, apesar de seus 12 anos, caminhando para os 13 (em breve chegam mais garrafa de 2009, e também um lote do 2010, que já estou curioso para provar) está jovem ainda, sem sinais de oxidação ou evolução de cor.
Provamos ontem ele na Palace, numa mesa cheia de gente da mais alta qualidade no mundo do vinho, como o Danilo Machado Mello, gerente da casa, o jornalista Alexandre Lalas e a sommelière Cecilia Aldaz, do Oro. Fez sucesso.
Pudera.
Este corte de Cabernet Sauvignon (74%), Cabernet Franc (20%), Merlot (5%) e Syrah (1%) representa muito bom este “Novo Chile”, que batiza a própria importadora. Um vinhaço, que ganha altas pontuações dos mais respeitados guias do país ano após ano – e é um queridinho de James Suckling, por exemplo.
Fino e elegante, é ao mesmo tempo vigoroso e concentrado, combinando notas de frutas frescas, como amoras, e secas, como ameixa, além de muita especiaria (pimenta, especialmente). Tem excelente acidez e frescor. Deixa muito chileno e famosão de Bordeaux no chinelo. Fácil.

Não consigo imaginar um Almaviva que seja melhor do que ele, por exemplo.

Em breve eu falo mais dele, conforme for bebendo, e da Viña Reserva Caliboro, no Vale do Maule, do Conde Francesco Marone, de origem toscana, e de uma família que há mais de 400 anos produz vinhos.
Para harmonizar? É fácil. Carnes, carnes e carnes. Pode ser um churrasco, pode ser pato, cordeiro, javali e até mesmo porco preto, com quem se deu muito bem na memorável tarde de ontem – como estão sendo todas essas que ando vivendo na Palace.Ô, sorte, como diria o bamba Wilson das Neves, dos mais elegantes sambistas de todos os tipos. Tipo o Tremedão Erasmo.
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