Outro dia, numa live da Wines of Chile – muito boa, por sinal – eu escrevi assim, no meu INstagram pessoal (@brunoagostinifoto – o do site é @menu_agostini):
“Minha uva branca preferida é a Riesling.
Eu não comecei a gostar dela com os vinhos alemães, tampouco os alsacianos.
Foi uma elegante senhora, Maria Luz Marín, num almoço que jamais me esqueço, no saudoso Le Pré Catelan – menu do Rolland Villard (sorte em dobro).
Isso tem uns 15 anos, pouco menos, acho.
Foi uma aula, e desde então é puro amor entre mim e esta uva, com personalidade única, elegância inesgotável, muitas facetas, dos doces néctares aos mais secos e agudos vinhos.
Estou aqui, matando as saudades.
Tendo conhecimento de que beberia este vinho hoje, eu pergunto a mim mesmo: mas por que diabos você não assou aquela costelinha de porco, ao menos um naco de pernil? Nem pensou num joelho de porco?
Bebo o vinho como quem se sente fracassado na programação.
Foi uma falha.
Em breve falo mais sobre isso.”
Foi na semana passada. Mas que vinho delicioso, com tudo o que eu espero de um bom Riesling. Este Casa Marín Miramar Estate, da safra 2018, ainda vai melhorar muito nos próximos, em garrafa. Eu estimo que tem pela frente mais uns oito ou dez anos para chegar ao apogeu, que deve durar mais um bom tempo. Isso porque eu gosto muito de vinhos antigos, com evolução nos aromas, e no caso da Riesling, acho isso fundamental.
A Casa Marín é pioneira no Valle de Santo Antônio, e este vinhedo Miramar é dos que mais me encantam,
Não vi, ainda, no mercado brasileiro esta safra. Na Vinci, que importa os vinhos da Casa Marín, estão à vendas as colheitas 2016 e 2017, a R$ 209,68, nessas promoções de final de eno e renovação de estoque (o preço era R$ 310,50). Eu iria na mais antiga, ou nas duas, se possível. No site (https://www.vinci.com.br/c/produtor/casa-marin), o vinho vem acompanhado de um comentário da revista DEcanter: “Branco que deve ser provado”. Eu assino embaixo. Vou além, e concordo, ainda, com a descrição do site: “Perfeito para ser consumido já, mas também estruturado para evoluir por décadas, o Riesling Miramar é uma das criações mais entusiasmantes de Casa Marin. Harmoniza perfeitamente com frutos do mar, ceviche e comida tailandesa, e foi classificado pela Revista Decanter como um “branco que deve ser provado”. Sinto falta aqui do porco como sugestão de harmonização. Queria comer com costelinha, ou arroz de porco à moda chinesa, bem picante e agridoce. Com leitão deve ser uma loucura de bom. Queria provar com guiozas também, e com pratos como a barriga de porco glaceada (prove a do Mitsubá!!!). Sei lá, até um sanduíche de costelinha, pratos como porco à milanesa e mesmo receitas com cordeiro.
Estruturado e largo, é um vinho de acidez marcante e bem marcada, eletrizante, com ligeiro açúcar residual, perfumado e rico, com as típicas notas minerais, ainda não evoluídas para petróleo etc, mas remetendo a pedra, mas e sal, com frutas exuberante, passando por cítricos como pomelo.
Não sou muito ligado a pontuações, mas a título de curiosidade, foram assim os últimos anos de análise deste vinho, que para mim já é ícone do Chile, não só desta excelente vinícola:
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AVALIAÇÕES
James Suckling: 2017: 90pts, 2016: 90pts, 2015: 91pts, 2009: 92pts
Descorchados: 2017/15/12: 93pts, 2010: 92pts
Wine Advocate: 2017: 92pts, 2012: 92pts, 2010: 91pts, 2007/08/09: 90pts
Wine & Spirits: 2009/07: 90pts, 2008: 91pts
Decanter: 2015: 92pts, 2011: Must Try White Wine, 2009: 5 stars
Tim Atkin: 2018: 94pts, 2016: 91pts
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No mais, o que posso dizer é o seguinte: eu gosto de TODOS os vinhos que já provei da Casa Marín. E foram muitos, ao longo de muitos e muitos anos. Eles são o que posso chamar de “Top!”, com exclamação!