Cerveja de Bandeja: Teresópolis é desde ontem e oficialmente a Capital Nacional do Lúpulo

O viveiro de mudas dos Lúpulos Ninkasi, em Teresópolis – Reprodução do Facebook

Quando comecei a prestar atenção ao movimento cervejeiro, depois de anos dedicados aos vinhos, eu li e ouvi muita coisa completamente equivocada sobre o cenário brasileiro. Vou citar só três, de muitas.

– O mercado brasileiro é imaturo para gostar de Lambics e Sours. Talvez seja o estilo mais marcante de nossa produção atual.

– Não serão as frutas que vão caracterizar um estilo cervejeiro nacional. E veio a Catarina Sour.

– O Brasil não produz lúpulo. De fato, não produzia comercialmente. Mas a coisa mudou, há vários experimentos em andamento, e o mais avançado deles acontece em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, através do trabalho da fazenda Lúpulos Ninkasi, onde são cultivadas algumas variedades.

Por conta disso, ontem Ana Cláudia Pampillón, coordenadora da Rota Cervejeira, que abraça os municípios da Região Serrana, com Petrópolis e Nova Friburgo, e ainda Guapimirim, ao pé da serra, esteva comemorando no Facebook:

“Aprovado na CCULT o Projeto de lei 610/19 que confere a Teresópolis (Rio de Janeiro), o título de Capital Nacional do Lúpulo”, escreveu ela, dando a notícia.

Também tenho acompanhado o trabalho que eles estão fazendo com o uso culinário do lúpulo, em diversas receitas que estão sendo testadas dentro do projeto, que também pretende fomentar o turismo cervejeiro na região.

Para saber mais sobre o assunto, deixo o link para a reportagem mais completa que já vi sobre essa história: https://revistabeerart.com/news/viveiro-mudas-ninkasi

A Cervejaria Therezópolis foi a primeira a comprar um lote, que será usado inicialmente em produções reduzidas, na Vila Sankt Gallen, onde existe uma pequena fábrica. Depois os lúpulos locais serão usados em lotes maiores, em rótulos comerciais.

– Quero fazer uma bela IPA para marcar bem esse momento – diz o cervejeiro da empresa, Tommaso di Martino, que assumiu a produção com a mudança de seu irmão, Gabriel di Martino, para os EUA, para trabalhar na californiana Novo Brazil, nos arredores de San Diego, investimento brasileiro no mercado americano (para conhecer essa boa história, clique aqui aqui).

Pois é, quem diria. O Brasil produzindo lúpulo, exportando cervejeiro e fazer “craft beer” de sucesso no mercado dos EUA.

Se alguém me falasse isso há uns cinco anos acho que nem eu acreditaria.

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