Na última semana recebi três vinhos e um azeite, da Herdade dos Coteis, para participar de uma “live”. Um branco e dois tintos. Na noite de quinta durante a transmissão provei o branco, safra 2018, que já tinha usado para a marinada de um pato.
Era um vinho bem fresco e bem acabado, com notas de frutas tropicais, como maracujá, abacaxi e melão, e que conforme a sua temperatura subiu, passou a ter um sedutor perfume de limão siciliano. Com boa acidez, não me faria pensar em ser um representante do ensolarado Alentejo, onde está a propriedade, em Moura, a 200 metros de altitude, nas áreas mais profundas dessa que é a maior região produtora de Portugal. É um corte de Arinto, que lhe empresta frescor e acidez, e acentua seu perfil aromático, cítrico e tropical; com Antão Vaz, responsável pelo corpo.
O vinho se mostrou vívido, saboroso e equilibrado, e no jantar combinou com um picante sanduíche de carne assada – embora sua aptidão seja principalmente para acompanhar peixes (gordos, sobretudo, como a sardinha), e carne de porco (imaginei com um clássico do Alentejo, o porco à alentejana, o lombo em cubos salteado com mexilhões), além de saladas e queijos de cabra. Com 14% de álcool, não passa em madeira, e é produzido em cubas de inox.
Gostei do vinho, e no dia seguinte fui pesquisar o seu preço: custa R$ 29,90 no site da Fox Importadora (https://foximportadora.com/vinho/237-herdade-dos-coteis-branco-750ml.html), para mim um achado, pela sua qualidade; e considerando que custa cerca de 4 a 5 euros (R$ 22/R$ 27,50, no câmbio de hoje) em Portugal, chega aqui com excelente valor (nas prateleiras do Hortifruti é vendido a R$ 52,99).
Na semana passada, o “Vinho da Semana” também foi um branco. Porque estamos no inverno, e esse papo que dias frios pedem um tinto são uma grande bobagem. Não tem vinho de verão, nem de inverno, nem de outono ou de primavera.
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