Era uma noite de festa, o dia exato em que o Azumi completava 30 anos de vida, comemorações que ainda vão até o final do mês (amanhã tem Rafa Costa e Silva, e na próxima terça, dia 18, tem Ricardo Lapeyre, e a programação termina no dia 25, com Nello Garaventa). Eduardo Nakahara, do Mitsuba, era a estrela da noite, que foi mesmo memorável. Ao final, o marido italiano da Alissa Ohara, anfitriã do jantar, abriu uma caixa térmica e de lá sacou uma garrafa. Ele me entregou, dizendo algo assim: “Vinho que sai de casa não volta para casa”. Adoro os ditados e provérbios italianos (“Si non é vero é bene trovato”; “Al contadino non far sapere quanto è buono il cacio con le pere”), e as expressões populares (“Mangia que te fa bene”). Quando vi o rótulo, era simplesmente um Brunello di Montalcino Castello Banfi 2008. “Um dos meus produtores preferidos”, respondi agradecendo a gentileza, já planejando um belo jantar para esse clássico toscano. “Ah, mas vamos abrir essa garrafa agora”, contestou um amigo, de olho na garrafa. Reconsiderei o meu menu em casa (acho que seria paleta de cordeiro), e fizemos como fazemos muito: fomos terminar a noite no Sat’s, mas desta vez gloriosamente acompanhados de um belo vinho. Lá fomos nós, rememorando outra noite histórica, bebendo um vinhaço em um boteco clássico do Rio, na mesma Copacabana. Foi em 2014, quando saímos do Encontro Mistral, no Sofitel, e fomos até a Adega Pérola, acompanhados do Julio Cesar Lopes de Heredia, bisneto do fundador da R. López de Heredia (Viña Tondonia), uma das bodegas mais admiradas do mundo. Levamos uma garrafa do tinto, safra 73. E bebemos em copo Cisper, enquanto degustávamos pelo menos metade do vasto cardápio de petiscos da casa.