Um amigo, dos maiores conhecedores de cerveja que conheço, anda um pouco desinteressado no assunto, e se revelou um apreciador de estilos mais leves, como German Pilsner. Fiquei um pouco espantado, dispensa as IPAs, logo ele, que me apresentou coisas como Ballast Point Sculpin, Dogfish Head 120 Minute, Schornstein IPA e muitas outras grandesd representantes do estilo, fora várias Lambics, Gueuzes e outras sours, além de pancadões como Goose Island Bourbon County… Ele abandou este universo. Mas, eu, não.
Gosto de Lagers, sem nenhuma dúvida, mas hoje meu gosto recai mesmo pelos estilos citados, sem falar em toda a linhagem de cervejas belgas, como Tripel, Saison e Strong Ale. Sou fão da combinação de lípulo e malte que marca a família das IPAs, das sessions às Imperials, bem como toda a linhagem das acidinhas, com ou sem frutas, além das fortes (muito fã de Russin Imperial Stout, de Barley Wine, de Old Strong Ale, de Bière de Garde e por aí vai…
Provei recentemente uma cerveja deliciosa, e até surpreendente. É a Doctor, da Cevadeiria, uma Imperial Hop Lager, estilo não muito popular por aí, um dos destaques dessa marca cigana, que se notabiliza por fazer cervejas sempre com assinatura própria, fugindo um pouco dos padrões.
É o caso desta. Sentimos perfeitamente os aromas característicos dos maltes Pilsner e dos fermentos lagers, porém a cerveja se mostra muito mais aromática, por conta da carga extra de malte, para a fermentação alcançar maior teor alcoólico (são 7,9%!), e sobretudo do lúpulo, que lhe empresta frescor, amargor balanceado e muito presença, elegante no copo, na boca e na mesa. Os lúpulos são quatro: Citra, Tradition, Saaz e Hallertau Mittelfrueh.
Cítrica no aroma e no paladar, tem uma linda coloração dourada, com formação de espuma elegante e persistente, com cremosidade ótima e demonstra versatilidade imensa à mesa.
Certa vez, provei com mariscos ao vinho branco, n’A Casa do Sardo (a Saison da casa, e as outras cervejas com a marca do restaurante de São Cristóvão, são produzidas por eles) e a Doctor foi muito bem, obrigado. (Para ler um post em que falo sobre ela, clique aqui).
Vai bem, ainda, com queijos, de matizes e estilos variados. Nunca provei ainda, mas estou certo que é harmonização perfeita para sushis e sashimis, e também para pratos descontraídos, como pizzas, de uma maneira geral, e será sempre escudeira fiel para petiscos de toda sorte, sejam fritas com cheddar e bacon seja uma porção de boa coxinha, ou um prato de salames.
Para um bom cachorro quente ou hambúrguer, sanduíche de pastrami… Também. É versátil, tem leveza e sabor, tem equilíbrio e refrescância. Pratos asiáticos, chineses, vietnamitas e tailandeses também acredito que fiquem excelentes com ela.
A Cevaderia participa do coletivo Junta Local, o que para mim já é também um bom sinal de qualidade, de artesanato. Custa R$ 13,50 (garrafa de 300 ml) ou R$ 24,90 (600 ml ou a lata de 473 ml) no site da empresa: https://www.cevaderia.com.br/, onde explicam assim a sua filosofia:
“O que nós queremos? Queremos criar cervejas com personalidade para que elas possam fazer parte de momentos especiais na vida de nossos clientes.” Da minha, já fazem.
E completam: “Para a gente é fundamental: A criatividade, qualidade, sustentabilidade, trabalho em equipe e valorização de quem faz a Cevaderia.” Pude perceber.
Já provei recentemente, e aprovei, também, outras cervejas deles: a Nº 10, uma American IPA não pasteurizada, linda, linda, com 5,9 ABV (R$ 24,90 a lata de 473 ml); a Punk Lemonade, uma deliciosa e salivante sour com 4,5% ABV (lata de 473 ml a R$ 26,90) e a Irish Red Ale.