A Sardenha é uma ilha mediterrânea montanhosa, onde a comida transita entre o mar generoso na oferta de pescados e os campos de relva natural e perfumada, onde pastam animais comestíveis como cordeiros.
Da água salgada saem alguns dos melhores mariscos e outros frutos do mar que alguém pode provar na vida. Vôngoles, ouriços, a tainha que dá origem à bottarga, os crustáceos de várias formas e tamanhos… São muitos. Gambero rosso, um sonho…
Dos montes e campos verdes e pedregosos saem carnes de sabor especial por conta do alimento que eles têm à disposição: são leitões e porcões, cordeiros e ovelhas, preparados das mais diversas formas. Muitas vezes, como aqui, no calor da brasa, das lenhas frutíferas.
Tudo isso vira notáveis conservas de frutas e frutos do mar, além de carnes curadas, embutidos e queijos de sabor inigualável: quem já provou o cazu marzu sabe bem. O pecorino está na mesa em todas as refeições, e fica lá: quem quiser come no começo, quem preferir deixa para o final, mas o comum mesmo é ficar pegando uns pedacinhos entre um prato e outro. Junto com o pane carasau, massa fininha e crocante que também acompanha todas as refeições, o início ao fim.
Junto com meu “fratello” Silvio Podda, o sardo, montei um menu que explora justamente o mar e a montanha da Sardenha, que vamos servir amanhã, quarta, dia 11, e quinta, dia 12, de 12h às 21h. ATUALIZANDO: faremos também na sexta, igualmente no almoço e no jantar.
Juntamos os elementos mediterrâneos e campestres que se misturam nos pratos típicos da ilha. Um dos mais tradicionais é a fregola mar e monte, a típica massa sarda – bolinhas miúdas de sêmola – com molho de vôngoles e porco ao vinho Vernaccia. Para esse encontro nós teremos um espumante de boas vindas, o Aragosta Vermentino Brut Spumante, da Cantina Santa Maria La Palma (R$ 20, a taça). Perfeito para acompanhar esse prato.
Ou o Akenta Vermentino Spumante, de Alghero (de R$ 185 por R$ 135, ou R$ 20 a taça, de 125 ml). Depois, teremos um suculento ragu de cordeiro, que pede um branco de grande estatura – e estrutura: sugerimos o Contini Elibaria, um Vermentino di Gallura DOCG (de R$ 198 por R$ 165, no desconto especial “Cozinha Entre Amigos”: e taça a 25, 125 ml).
Mas quem quiser pode pedir também aqui um belo e ensolarado tinto sardo, como o Cannonau Di Sardegna Baiolu, da Cantina Santa Maria La Palma, dono de estrutura e acidez (neste dia os preços cados vinhos sardos serão vendidos com desconto, e também em taça: esse cai de R$ 98 para a R$ 90, a garrafa, e R$ 20, a taça de 125 ml).
Agora temos um momento de irreverência, interrompendo a sequência de vinhos com uma boa cerveja, que entra na receita e também no copo: é a Saison da Casa do Sardo (de R$ 25 por R$ 20), um estilo clássico de cerveja belga, dos fazendeiros, muito bem feita, neste caso. Com 6,3% ABV, é deliciosa, com dulçor equilibrado e muita potência de sabor. A Saison é famosa também por ser muito boa na cozinha, fazendo guisados ou glaceando carnes, como neste caso, ou mesmo derretendo queijo do fondue.
Serviremos o “maiale alla birra”, ou seja: porco na cerveja. Esta, produzida pela Cevaderia, honra o estilo.
Se você é do time da cerveja, a carta da Casa do Sardo tem uma boa seleção, com a Therezópolis Gold, uma Pilsner puro malte; uma boa IPA da casa e também marcas mais comerciais, como a Heineken.
Então vem um raro e solene serviço. Imagine uma espécie de carbonara ácida de cordeiro? Pois é disso o que se trata o agnello limone e uova, para o qual recomendamos o Mamuthone, um Canonnau de grande relevo (de R$ 238 por 198; ou R$ 35 a taça de 125 ml) – para ler um post sobre este vinho, clique aqui. Ou, por conta do molho, eu acredito que ficará muito bom também com um branco, o Contini Elibaria Vermentino di Gallura D.O.C.G citado acima. Vou tratar de provar.
Silvio Podda e um vinhedo de Cannonau, na Sardenha – Foto de Bruno Agostini– Esse é um prato típico, mas não muito fácil de se encontrar. Minha mãe fazia em casa – lembra o maestro da cozinha que vai preparar o menu, Silvio Podda.
Para fechar a série, um doce típico: seadas, um pastel de pecorino regado a mel, balé de sal e doce servido no ritmo do Meloni Donna Jolanda Nasco di Cagliari Biológico 2011 ou o Meloni Donna Jolanda Malvasia di Cagliari Biológico 2011 – para ler um post sobre o segundo, clique aqui (a taça cai de R$ 22 para R$ 20, 75 ml).
Isso é o que é coroar uma refeição.
Aqui a cerveja Tripel da casa vai cair muito bem, assim como – e principalmente, o delicioso Componidori, um Vernaccia di Oristano da Contini, um vinhaço-aço-aço (para ler um post sobre este vinho, clique aqui). Taça de 75 ml a R$ 25. Recomendo em especial aos apreciadores de Madeira e Jerez, secos, como Sercial, Palo Cortado, Amontillado…
Terminando em trajes de gala, como se faz na Sardegna, e na Itália, de modo geral. Quem sabe, ainda, caiba aqui uma grappa. E um café, per favore. Com amaretti, os biscoitinhos típicos da ilha, ficam ótimos.
O menu completo custa R$ 128 (bebidas à parte).
Informações e reservas no 98299-0988 (Silvio) ou 98354.9113 (Gladys).
SERVIÇO
A Casa do Sardo: Rua São Cristóvão 405, São Cristóvão. Tel.: 3042-8049 (informações, reservas e pedidos, que podem ser feitos também pelo iFood).
# Quem quiser entrar para o mailing do “Cozinha Entre Amigos” basta escrever para o e-mail menuagostini@gmail.com, com e-mail e telefone de contato (WhasttAPP).
E MAIS: Destaco esses posts neste Menu Agostini:
– Menu Agostini: um irresistível cardápio regado a Vernaccia na Casa do Sardo
– Vai por mim: a Casa do Sardo é uma das melhores pedidas para receber boa comida no conforto do lar
– Seleção Carioca: os melhores pratos com vôngoles do Rio
– Seleção Carioca: os três porquinhos (os melhores leitões do Rio)
– O melhor da Sardenha: comidas, bebidas, histórias e, principalmente, pessoas
– Vinho da semana: Contini Componidori Vernaccia di Oristano 2013
– Vinho da Semana: Argiolas Merì Vermentino di Sardegna 2017