De uns dez anos para cá, com o crescimento do interesse pelas cervejas artesanais, um estilo se destacou, e ganhou entusiastas por todo o mundo, além de novas receitas derivadas, incluindo cargas extremas de lúpulos, não-filtragem e teores alcoólicos que podem variar de 3,5% de uma Session IPA das mais leves a até 10% de doubles ou triples New England IPAs.
Em consequência do sucesso, muita gente hoje torce o nariz para essa família de cervejas, preferindo voltar a estilos mais populares, como as lagers.
Eu, não. Ainda estou na fase malte-lúpulo, cuja combinação de caramelos e amargores muito me agrada, e também o exuberante perfil aromático que encontramos geralmente nessas cervejas, além de seu caráter frutado, outra característica comum, assim como as notas cítricas que essa florzinha perfumada (que é um conservante natural) entrega.
Deixo de entrar em bar que só vende lagers comerciais. Você pega a lista de cervejas e está lá: Spaten, Colorado Ribeirão, Original, Heineken, Serramalte, Brahma, Therezópolis Gold, Beck’s… Que falta de imaginação.
Acabo, por isso, buscando as casas especializadas, e bato ponto regularmente em lugares como o Herr Pfeffer, onde sei que sempre vai ter uma IPA correta plugada, vendida a preço razoável, além de pelo menos mais uma, artesanal de verdade, e com perfil original.
Ultimamente tenho pedido muito ali neste bar do Leblon, que é o meu preferido no mundo, uma cerveja que eu sempre pedia nos EUA: a Lagunitas IPA, servida no simpático copo com o cachorro em relevo. É vendida a R$ 16, ótimo preço para o que entrega. É uma IPA com 6,2% e 52 IBUs, com uma carga caprichada de lúpulos (Cascade, Centennial, Chinook e Simcoe), resultando numa cerveja deliciosamente amarga e perfumada, que desce fácil, e com final agradável e refrescante.
No mais, combina com os pratos que mais gosto lá, começando pelos patês, passando pela morcela e pela linguiça da diretoria, até chegar ao eisbein e a língua ao curry. Não posso querer mais nada.Só agradecer!
E voltar ao HP. Toda semana.