Crocus Vernaccia di San Gimignano Riserva 2016: um toscano local de nível mundial

O vinho importado pela Mondorosso custa R$ 298 no Burrata Bistrô, em Teresópolis – Foto de Bruno Agostini©

San Gimignano é das cidade mais turísticas da Itália, uma cidadela medieval, com torres altas que lhe renderam o apelido de Manhattan da Idade Média. Famosa também pelos vinhos produzidos ao seu redor, nem sempre merecedores de designação. Tem umas coisas bem ordinárias. Mas, em compensação, como acontece com muitas denominações italianas (vide Brunello, Barolo e outras), tem seus exemplares distintos. Ontem, o Crocus Vernaccia di San Gimignano Riserva 2016 brilhou na degustação seguida de jantar que a importadora Mondorosso organizou no Burrata Bistrô, em Teresópolis, quando oito vinhos de seu focado portfólio foram apresentados.

Gosto dos vinhos da Mondorosso, por muitas razões,  começando pelo fato de que só trazem vinhos italianos, gastronômicos por natureza.
Além disso, ele trabalha com pequenos produtores familiares, e conhece a todos. São cantinas com foco nos orgânicos, naturais e biodinâmicos.
Este Crocus Vernaccia di San Gimignano Riserva 2016, da Casa Alle Vacche, é um bom exemplo disso.
Vinho gordo, com linda coloração dourada, tem corpo e estrutura, mas consegue ser poderoso e potente sem perder a formosura que sua acidez cintilante revela. A madeira não esconde a fruta, que surge madura e compotada, ao sabor de casca de laranja cristalizada, damasco seco e maçã verde, além de um toque de mel. Tem expressiva mineralidade salina. Complexo, tem notas defumadas e de especiarias.
A flor branca tem perfume cítrico. E é interessa notar os tons amanteigados que se desenvolvem nos processos fermentativos da malolática. Mesmo assim, consegue mostrar frescor, e está no seu melhor ponto para ser apreciado, com seis anos, e vai bem até uns 8 ou dez, penso.
A burrata harmonizou com o vinho toscano – Foto de Bruno Agostini©
Achei o vinho de fato excelente, e muito bom para a gastronomia. Escoltou uma burrata, sem lhe ofender, mesmo sendo tão potente e o queijo, delicado.  Mas é gordo, e veio aromatizado com pesto e folhinhas de manjericão, potencializando o prato, que assim acomodou bem o vinho. Gostaria de provar com carbonara e receitas com porco, de modo geral, como barriga crocante à moda asiática, à alentejana, com mariscos, e preparos italianos, como uma suculenta porchetta ou mesmo um ragu de pernil ou linguiça, embutido que certamente ficaria bom com este vinho, se servido num churrasco, por exemplo, assim como coração, drumetes, costelinha de porco e peito de pato, tipo o que servem na Palace, apelidado de picanha pela aparência parecida com o corte bovino. Imagino o sucesso do vinhos com certos queijos, e com massas servidas com ele, tipo fundutas cremosas. Cacio e pepe? Eu topo.
O Instagram da importadora é @mondo_rosso
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