Escolhi terminar a reportagem que fiz sobre os melhores restaurantes da Região Serrana do Rio, que escrevi este mês para a revista Rio Já (aqui o link completo) com o Parador Lumiar. Para mim, é dos melhores restaurantes do Rio de Janeiro, com um perfil diferente de todos. Um lugar onde o chef é criativo e tem técnica, um sujeito da melhor qualidade e que trabalha feliz, e isso se reflete em sua comida. Sempre fico feliz com seus pratos. E sua feijoada dos sábados é a melhor. No fogão a lenha, tem orelha, rapinho e pé, nem sempre os três, mas pelo menos um ou dois deles – sem isso, não existe feijoada, mas apenas feijão gordo.
Ele usa muitos ingredientes de sua grande e bem cuidada horta (orgânica, claro) e cria pratos cheios de amor, localismo e identidade. Mas que saudades deu do Parador Lumiar, este lugar tão especial pra mim.
Comecei o texto daquela reportagem com o restaurante Dona Irene (para ler, clique aqui), em Teresópolis, e terminei na Cozinha do Parador, os dois mais importantes de minha vida nesta lista serrana que preparei.
O primeiro, aprendi a amar desde criança através de constantes visitas em família desde o início dos anos 1980. O segundo, fui a trabalho: conheci quando já era jornalista especializado em turismo e gastronomia, em 2005 (foi para lá com a minha filha na barriga da mãe dela, e voltei umas cinco vezes com ela, em várias fases da infância e início da adolescência).
Escrevi assim, e aproveito para postar também aqui na coluna Cama & Mesa, publicada sempre às sextas neste Menu Agostini, quando destaco restaurantes de hotéis e pousadas. E olha que nem destaquei a magnífica feijoada no fogão a lenha, servida no almoço de sábado, ao som de samba e choro, com direito a cachacinha local, bufê de saladas e uma seleção de compotas dignas de fazenda mineira, com um queijinho, claro. Porque não podia me alongar muito. Mas a verdade é que a Cozinha do Parador, sob os auspícios de Isaías Neries, merece um livro.
“Outro hotel delicioso e cuja comida, sozinha, já faz valer uma viagem é o Parador Lumiar, em Nova Friburgo, cujo responsável por isso é Isaías Neries, um chef baiano que está há muitos anos no Rio, com trabalho consistente, mas que buscou na serra a terra onde cultiva boa parte do que serve em seus menus, que mudam sempre. Porém, aos sábados, uma coisa é perene: a feijoada, que tem um notável bufê de saladas com vegetais de sua plantação orgânica.
Ele está sempre inventando alguma coisa, muitas vezes combinando a sua formação técnica francesa com ingredientes nossos. Desta maneira nasceu uma quiche de feijoada, por exemplo. Em seu menu atual há pratos como o confit de pato com ragu de cogumelos e molho de queijos e o suan com migada de baroa, ora-pro-nóbis e couve mineira. O menu de fondues lista seis tipos diferentes, incluindo os clássicos de carne, queijo e chocolate, mas também versões de gorgonzola, brie e doce de leite, além da versão “chinois”, de nacos de mignon para serem cozidos no caldo de legumes.
Seus doces são sempre um capítulo à parte, então não deixe de ver as sobremesas. Quem resiste ao “Delírio de doces caseiros”, mix de compotas feitas ali como se fosse uma fazenda mineira, com queijo minas da região? Eu é que não sou.”
(Foto de capa – Divulgação/Rodrigo Azevedo): bolinho de chuva com banana e calda de maracujá quente, com leite condensado, maracujá, manteiga e creme de leite).
SERVIÇO:
Parador Lumiar: Estrada do Amargoso s/nº, Lumiar, Nova Friburgo. Tel.: (22) 2542-4774. Instagram: @paradorlumiar Site: paradorlumiar.com
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E MAIS:
– Da horta para a mesa em restaurante de Lumiar Chef do Parador Lumiar cultiva mais de 100 hortaliças no distrito de Nova Friburgo
– Da horta para a (boa) mesa no Parador Lumiar: o trabalho delicado, criativo e autêntico do chef Isaias Neries
– PDF de uma reportagem que fiz para O Globo, destacado no site da pousada