Angá Ateliê Culinário: uma ‘surpresa agradável’ de delicadeza e brasilidade na Região Serrana

A chef e seu boas-vidas: espumante Nature Cão Perdigueiro: que delícia! – Foto de Bruno Agostini®

Há exatamente uma semana eu visitava o Angá pela segunda vez. Por volta das 14h do sábado passado eu cheguei à casa da chef Lydia Gonzalez, um recanto que é tão saboroso quanto a sua comida. O lugar em si é um tempero adicional ao menu degustação servido por ela, uma sequência de delícias e delicadezas, de brasilidades e frescores, de verdades e reinterpretações, que ficam a cargo da anfitriã, trabalhando em parceria com meu xará, Bruno Sobreira.

Neste ambiente lindo, imerso no verde serrano da localidade de Nogueira, em Petrópolis, a dupla atua em plena sintonia manejando as brasas da pequena churrasqueira que é um dos destaques da cozinha, aberta e aconchegante, onde o show acontece. A gente vê tudo. A magia da comida se criando, os perfumes e barulhos da cozinha, os movimentos que parecem coreografados.

Mais que imerso no verde serrano, a Mata Atlântica invade o salão envidraçado, com portas escancaradas para o gramado, a horta e a flora viçosa da região. Literalmente: uma trepadeira plantada do lado de fora vai se espalhando pelas treliças do telhado, enfeitando o pequeno ambiente onde estão dispostas quatro mesas. Nem parece um restaurante, mas um lar, uma sala de estar, um espaço de conforto. Tudo ali é acolhedor, e dizer que a gente se sente em casa não é força de expressão, nem clichê, mas a mais pura verdade.

 

O couvert da casa: “Um passeio pelos sabores do Brasil” – Foto de Bruno Agostini®

Como é cristalina a sinceridade do cardápio servido ali, aos nossos olhos, e que aguça também todos os outros sentidos: o já celebrado perfume da comida, e a trilha sonora, igualmente bem escolhida e adequada, que vai passeando por algumas das mais deliciosas canções da MPB.  Podemos ressaltar a textura das louças, lindas também, que valorizam cada uma das preparações que compõem a refeição, servida em

Sabendo pela sonoridade e grafia se tratar de palavra Tupi-Guarani, evitei buscar o significado, e recorri à chef:

– Angá significa, em Tupi-Guarani, alma, abrigo, expressão de “surpresa agradável” – ela respondeu.

Pra mim, faz mesmo todo o sentido. Assim como outras palavras que explicam o sentido de Angá, como afeição, ternura e sombra. É exatamente isso aí.

A gente chega no portão, e se anuncia.

– Pode entrar – é a voz que vem lá de dentro, como se fosse um amigo recebendo a gente. A Lydia, de fato, é uma amiga, cujo trabalho tenho a sorte de acompanhar há quase 20 anos. Mas ela recebe a todos do mesmo jeito, cortês e cativante.

É normal as mesas conversarem entre si. Trocar vinhos e telefones. Como num almoço de fim de semana entre amigos e parentes. Um convescote para poucos, e bons.

Peixe cru, farinha pubada e farofa: cenas do próximo capítulo – Foto de Bruno Agostini®

O nome completo deste lugar especial é Angá Ateliê Culinário, o que remete ao artesanato da cozinha. É o que vemos ali.

O menu começa… já escrevi demais, vou deixar o menu de outono para o próximo post.

(Vai ao ar daqui a uma semana, no próximo sábado – dia 11/5: o link eu boto aqui).

SERVIÇO
Angá Ateliê Culinário: Rua Argentina 393, Nogueira, Petrópolis. Tel.: (24) 98163-1455. Instagram: @angaatelieculinario

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *