Depois da longa lista de milanesas preferidos no Rio (foram mais de 25, só nas casas italianas e japonesas, ainda vai ter outra, com os bares alemães (que trouxeram essa tradição para as mesas cariocas no fim do século 19), os nossos botecos que sempre servem PFs com elas, além de outros exemplares do gênero. Curioso é que também são quatro cortes bem diferentes entre si: tem vitelo, angus, porco Duroc e wagyu. Cada qual a seu jeito, todos impecáveis, imperdíveis e impressionantes.
Decidi, então, escolher as minhas três favoritas, para fechar uma lista menor e mais focada. Foi difícil. Tão difícil, que não consegui eleger apenas um trio (e olha que estou habituado a fazer escolhas do tipo). Então, selecionei um quarteto de milanesas que todo mundo deveria provar uma vez na vida. Qual a melhor das quatro? Sinceramente, eu não sei.
Pela ordem alfabética, começamos com a com a cotoletta di vitelo alla milanese (R$ 68) da Capricciosa, um dos destaques do curto e certeiro cardápio da trattoria que divide espaço com a pizzaria, no Jardim Botânico. Está delicioso, e o chef Rafa Marques está fazendo um excelente trabalho que merece ser conferido, com pratos clássicos e algumas pitadas pessoais. Vem com saladinha ácida de tomate, limão siciliano grelhado e um cremoso purê de batata com rúcula.
Seguimos com a costeleta de angus “alla milanese”, do Cipriani (R$ 220), serviço finalizado na mesa pelo chef Nello Cassese, para duas pessoas se fartarem com um corte impecável, batido, empanado e frito na hora, em manteiga clarificada. Não é barato, mas te garanto que vale a pena, e em breve vou escrever sobre ele aqui, junto com o impressionante passeio pelas comidas de rua da Itália, proposta atual do menu de almoço do restaurante italiano do Copa.
Continuamos a lista com a versão suína do Grado, que nada (nada mesmo!) fica a dever às bovinas, mesmo de vitelo. Preparado com um belo prime rib, a cotoletta di maiale alla milanese do Grado (R$ 65) é servido como em Milão (só que lá o comum é usar vitelo): com limão siciliano e saladinha de tomate e rúcula. De chorar. O Grado é um restaurante que emociona.
Por fim, uma versão off-menu, no Malta Beef Club. Nem sempre vai estar disponível, sugiro ligar para encomendar. Trata-se de um belo bife de chorizo de wagyu (foto do alto deste post; preço a negociar), com cerca de um dedo de espessura, empanado à perfeição, de modo que fica crocante por fora, suculento e malpassado por dentro, vermelho como um nobre corte para churrasco. No menu regular, está a versão com patinho (R$ 33), o mais tradicional corte para um milanesa, fininho, que fica suculento e macio, servido com molho agridoce de maçã verde.