Vinho da Semana: Catena Malbec Rosé 2020, o novo lançamento mundial da Mistral

O novo vinho, lançado por enquanto só no Brasil: pedido especial do Ciro Lilla – Foto de Bruno Agostini©
Eu gosto de vinho rosé, mas existem algumas condições para isso. A primeira dela é identificável só de olhar o conteúdo da garrafa translúcida: a cor. Ela deve ser clara, no estilo provençal, ou “casca de cebola”, uma boa definição já que de fato tem tons que se assemelham a isso muito bem.
Aprecio o chamado estilo provençal, que é marcado não só por essa coloração bonita, mas também por um perfil aromático sedutor e bem presente, com a presença marcante de notas cítricas, de frutas vermelhas e perfumes florais, além de uma acidez que lhe dá alegria, frescor e jovialidade. Deve ser delicado na cor e no sabor, mas não no nariz, porque é preciso que se mostre exibido, como se fosse um vinho feliz por natureza, o que ajuda os momentos de degustação a serem também assim, divertidos e informais.
Este vinho é exatamente isso. Lançamento da Mistral, pedido pessoal de Ciro Lilla para a família Argentina que é ícone do vinho mundial, o Catena Rosé Malbec 2020 acaba de desembarcar no Brasil, e esse primeiro lote já pode ser comprado pelo site da importadora e também já é encontrado em alguns restaurantes.
Tem um aroma amplo, com algo de limão siciliano, morangos frescos, rosas e um ligeiro toque de dedo-de-moça, e a acidez que lhe torna bem refrescante, e também um discreto dulçor. Provei com ostras, e ficou excelente, ganhando ainda mais alegria ao serem temperadas com gotinhas de limão galego.
Pode ser bebido em encontros de amigos, em tardes de sol, sem qualquer compromisso, esses momentos de aproveitar a vida que andamos tanto precisando. É um Malbec, mas tem um ligeiro toque de Shiraz, o que talvez explique seu tom condimentado, e também lhe tempera com um toque mediterrâneo, provençal.
Porém, além de mariscos, crustáceos e pescados, de uma maneira geral, sem muitos temperos (na brasa, só com sal, por exemplo), ou mexilhões à provençal (olha a Provence aí de novo), é um belo exemplar para pratos orientais, com sabores apimentados, ácidos e – quem sabe até – alguma doçura. Tipo um curry de camarões ou uma barriga de porco, agridoce e untuosa. Para a cozinha japonesa é um coringa para a diversidade de sushis, sashimis e similares.
– Foi um pedido pessoal do Ciro para a Catena, o que ele já fazia há anos, e só agora conseguiu. É o primeiro rosé deles. Se fizer sucesso vai ser exportado para outros países. Estamos provando em primeira mão – disse o sommelier e amigo, Danilo Machado Melo, gerente-geral da Churrascaria Palace, onde provei essa gostosura com o sempre indispensável prato de ostras frescas de Santa Catarina que invariavelmente abre os meus trabalhos por lá. Feito com uvas de altitude, essas que causaram uma revolução no vinho de Mendoza nos últimos anos, tem preço de gente grande: custa R$ 180,59 (no site da importadora).
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