Matarelo Brut IPA: DNA e leveduras de vinho na cerveja gastronômica, lupulada e refrescante da Casa Perini

A cerveja é feita com leveduras de vinho – Foto de Bruno Agostini®

A pioneira foi a Leopoldina, da Valduga, primeira grande casa de vinhos brasileiros a apostar na cerveja. Continuam colhendo belos resultados.

Vieram outras, como a Materelo, que usa a expertise da Perini na elaboração de vinhos para fazer uma linha pequena mas certeira de cervejas, com destaque para a Barley Wine (de 10,5%), maturada em barricas, a Strong Scotch Ale (7,5%) e a Brut IPA, que provei duas ou três vezes na Churrascaria Palace, para ver se ela deveria entrar na carta. Positivo, aprovada com louvor.

 

A cerveja pode ser servida em taça de vinho, flûte e até em copo de IPA – Foto de Bruno Agostini®

Ela é uma cerveja que combina exuberância aromática com boa estrutura. Tem a delicadeza do perfumado floral dos lúpulos americanos associado ao caramelizado marcante dos maltes que lhe emprestam bonita coleção, acobreada, ao mesmo tempo em que entrega notas ligeiramente tostado.

A cerveja pode ser servida em taça de vinho, mais apropriado, para mim, mas também em flûte, como espumante, valorizando a espuma; e até em copo de IPA, desenhada para valorizar os aromas de lúpulo e malte que marcam este estilo.

Ela usa leveduras de vinho na fermentação, o que lhe dá uma espuma delicada, e bem presente, com bonito nível de altura, e persistência, com textura agradável.

No site, eles recomendam que se experimente a Brut IPA com “Pimentas e comidas apimentadas, gordurosas e pesadas, carnes fortes e de caça.”

Concordo, e acrescento que por isso ela se encaixa tão bem na carta de bebidas e no menu da Churrascaria Palace.

Harmonização: excelente com o costelão da Palace – Foto de Bruno Agostini®

Podemos experimentar com a coleção de pimentas que a casa dispõe, com destaque para a Carolina Reaper da Fogo Mineira e as com frutas, da Jatobá. O da-lhe casquinha de siri e bolinho de bacalhau. Assim como o condimentado lombo de pirarucu, além da seleção suína, capitaneada pelo porco preto e pela pancetta, passando pelo javali. Seguimos, assim, harmonizando a Materelo com a picanha de pato, a paleta de cordeiro e o costelão de boi, que desfila pela salão. Também arriscaria com o salame picante da Cancian, bem como com um bonito lote de chuleta bovina e de Denver Steak, corte que no momento ocupa o lugar de favorito em meu prato. Experimentaria, ainda, com a morcilla.

E, indo além, com alguém doce na linhagem do caramelo, como o pudim de leite e – sobretudo – o banoffe.

Fui.

 

 

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