Já podemos dizer que se trata de uma tendência. Porque estão na moda as tascas portuguesas, botecos de inspiração lusitana – especialmente no Leblon, bairro que no últimos anos, mesmo em tempos de pandemia, ganhou três novidades nesta linha, como contamos neste post aqui: pela ordem de abertura, a Tasca Miúda, o Boteco (e Galeto) Rainha e a Sardinha, sem esquecer de outra novidade, o bar Ora Pois, da turma do Gajos d’Ouro, ex-Antiquarius.
Na semana retrasada, por conta de um trabalho que comecei a fazer para a vinícola portuguesa Quinta da Lixa (que faz este lindo Vinho Verde das fotos, o Morgado da Vila, corte de Loureiro, Alvarinho e Trajadura), e seu importador no Brasil, a Nossa Quinta, eu visitei os quarto lugares. Na quarta, fizemos um tour completo por esses bares do Leblon, e na sexta jantei no Ora Pois, que fica na Barra. Trabalho este, aliás, que estou adorando fazer, e que em breve conto mais detalhes, quando a agenda permitir algum tempo para contar essa história, mas resumindo é o seguinte: eles me contrataram para ser uma espécie de “embaixador” da marca, cujo papel é apresentar os vinhos a bares, restaurantes e lojas especializadas (se interessou em conhecer? Me manda uma mensagem).
Mas, voltemos às tascas. Como prometemos, nas três próximas semanas o assunto dessa coluna “De Bar em Bar” será este: os botequins com DNS português do Leblon.A única que eu ainda não conhecia era a Tasca Miúda, primeiro desses lugares a abrir as portas, a mais nova empreitada do trio Erik Nako, Cristiano Lanna e Luiz Petit, do Pabu Izakaya, Maria e o Boi e companhia.
O lugar de fato é pequeno, como o nome sugere, assim como o menu, que varia regularmente. Eu nem preciso dizer que amo a cozinha portuguesa (tem como não amar?). De modo que, observando o menu, me dá vontade de provar tudo – e já prometi voltar.
Há petiscos em conserva. É claro que eu falo de azeitonas e tremoços. Curioso fiquei para provar a manteiga de camarão e o vinagrete de frutos do mar. Dando o típico acento português marcado por este tempero fresco e marcante, o coentro é usado na finalização da punheta de bacalhau e o tártaro de mignon, que me deixaram com vontade de provar.
Porém, quando vi no menu os “orelhitos” de porco, ou seja, torresmo de orelha, com maionese cítrica, eu nem tive dúvidas de que pediria. Uma curtição.
Outra coisa que não pude evitar: a alheira da casa ao “murro” com ovo frito por cima. Aqui encontramos uma bela sacada: a massa da alheira é feita ali, e não é embutida. Leva moela, língua fresca e defumada e outras miudezas que adoramos. É amassada como um burger e grelhada. Delícia.
Também pedimos lindas pataniscas de bacalhau.
De noite, quando o Erik Nako me escreveu perguntando como tinha terminado tudo, contei o que havíamos provado.
– Mas não comeram a bochecha de porco? Vai ter que voltar.
Farei esse esforço… Inclusive porque é servida com cogumelos e molho de cerveja com tomate e brandy. Isso deve ser muito bom, só pode ser.
Sei que vou sofrer ao precisar escolher entre a almofadinha de Serra da Estrela e as sardinhas fritas: “sim, há espinhas”, indica o menu.
O caldo verde também tem assinatura da casa. É feita com baroa e brócolis, além de bacon e linguiça.
Quando eu estive lá o menu listava ainda sanduíches, penso eu que os três mais clássicos de Portugal: bifanas, prego e francesinha.
Havia também sete pratos de bacalhau. Gosto da irreverência do lugar. Tem Baca ‘n’ Chips, nacos empanados, à moda romana, com fritas e molho tártaro de bacalhau (fiquei curioso por isso).
Também tem à Brás, à Zé do Pipo (adoro este nome), à Gomes Sá, Espiritual…Fora isso, há os clássicos da Miúda, com receitas como cataplana de frutos do mar, polvo à espanhola e arroz caldoso de pato.
E alguns executivos, e sobremesas, obviamente. Nem preciso ficar citando o menu, ele está logo aí abaixo.
SERVIÇO
Tasca Miúda: Rua Humberto de Campos, 827, loja B, Leblon. Tel.3518-0810. Instagram: @tascamiuda Pedidos pelo iFood.