De Bar em Bar: Farrapos, em Copacabana, um lugar perfeito para apreciar vinhos e comidinhas excelentes

A sardinha marinada: desconheço melhor sardinha na cidade. Esta é nível Oteque… – Foto de Bruno Agostini
Se formos pensar bem, a palavra reunião remete a encontros chatos, muitas vezes desnecessários, e que acontecem em salas fechadas, regadas a café frio e água em temperatura ambiente.
Já faz tempo que as minhas, não.
Quase sempre acontecem em bares e restaurantes, temperadas com vinho ou cerveja, na companhia de pessoas interessantes, com comidinhas legais, papo agradável e resultados efetivos (mesmo que não sejam, o compromisso quase sempre é divertido, ainda que não tenha sido este o propósito).
Ontem no fim da manhã, antes de uma tarde muito agradável conversando com o arquiteto e amigo Chicô Gouveia sobre art-déco, Copacabana e a boa mesa, eu estive no Wine Bar Farrapos, na rua Anita Garibaldi, para falar com o amigo Guilherme, da Quinta da Lixa, que sugeriu o local, e foi muito feliz na escolha. Descobri uma joia.
Este pequeno bar de vinhos, que já tinha ouvido boas recomendações, mas que nunca tinha visitado, pode até passar despercebido a quem passeia por essa pequena via nas franjas do bucólico Bairro Peixoto, mas merece atenção.
– O que recomenda? – perguntou o amigo ao português Pedro Freitas, que nos recebeu com simpatia.
– Lulas na manteiga.
Vi o cardápio e percebi que elas não estavam listadas.
– A lula não está no menu? – perguntei à garçonete.
– Não, essa é sugestão.
As lulas na manteiga perfumam o pequeno salão – Foto de Bruno Agostini
De fato, foi. Sugestão, ao contrário de reunião, remete a coisa boa e especial, como foi o caso.
Logo um perfume de alho na manteiga invadiu a salinha, e nos fez pedir uma garrafa, o Guigas branco, um Vinho Verde fácil e de perfil moderno, como se nota já no próprio rótulo.
Já com a cumbuca metálica no meio eu perguntei sobre a possibilidade de servirem um pão, para molhar no molho.
A sardinha marinada: desconheço melhor sardinha na cidade. Esta é nível Oteque… – Foto de Bruno Agostini©
– Sim, a gente sempre traz um pouco de pão quando o prato vai chegando ao final. Para justamente limpar a travessa com ele. Delícia, né? – perguntou a moça, já certa da minha resposta positiva.
O assunto da conversa me interessava e encaminhamos um bom entendimento.
Precisava sair, não poderia me atrasar.
Eu havia apontado certos itens no menu que pediria quando voltasse com calma ao bar.
Chega um deles, a bruschetta de sardinha sobre tapenade de azeitona preta. O peixe, fresco e bem limpo, vinha em uma marinada cítrica, a torrada era boa e crocante, e a tapenade reforçava o sal e a untuosidade do petisco ítalo-português (ou seria luso-italiano?), dois elementos que estão nos três itens desta receita certeira em toda a sua potente e grandiosa simplicidade.
Me dei mais cinco minutos de puro deleite. Deu uma bicada no vinho, uma mordida, outro gole, mais uma bocada.
Que maravilha!!! Não comi sardinha melhor no Rio, no máximo, no mesmo nível (falo do Oteque, em sua sublime versão com brioche e foie gras).
Saí correndo e feliz com a reunião, seu andamento e perspectivas.
Já recomendei o lugar para umas cinco pessoas com quem me encontrei ao longo do dia, todas boas de garfo e amigos.
Comida ruim, na verdade, não recomendo nem aos amigos. Porque meu lema é o simples, e o seguinte: se não gosto eu não posto.
SERVIÇO
Farrapos Wine Bar: R. Anita Garibaldi 83-E, Copacabana. Tel.: 3518-2654. Pedidos pelo iFood. Instagram: @farraposfarrapos
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