“Bruno, estou com saudades de seus posts no Instagram.”
“Está tudo bem contigo? Porque não está atualizando o site?”
Recebi muitas mensagens como essas, nos últimos meses. De amigos queridos, na maior parte das vezes, mas também de gente que nunca vi na vida.
Fiquei feliz com a preocupação das pessoas, dizendo que estava tudo bem, na medida do possível no meio dessa loucura chamada Covid-19.
A resposta era simples, e a mesma para todos.
Algo assim eu dizia.
“Puxa, obrigado pela mensagem, pelo carinho e preocupação. Tá tudo certo, só que me falta matéria-prima para escrever. Para poder postar como gosto, preciso estar na rua. Sou repórter, dependo de visitar restaurantes, provar vinhos, cervejas e drinques e de viajar para conseguir produzir conteúdo de qualidade. Quem me conhece sabe que não escrevo com base em release. Preciso ver, comer e beber para crer.
Daqui a pouco tudo volta ao (novo) normal, e logo estarei novamente escrevendo e fotografando, como gosto de fazer”.
Pois bem, essa hora chegou. Fiquei seis meses sem ir ao Rio, confinado – agradavelmente – na serra. Cozinhei muito, testei vários pratos, fiz solitárias e saborosas homenagens e restaurantes queridos (a língua defumada no feijão-manteiga do finado Penafiel; o borscht e o estrogonofe da Dona Irene; o rosbife com salada de batatas da Taberna Alpina; a carne assada com caccio e pepe do Irajá Redux; o joelhão de porco na cerveja do Herr Pfeffer; alguns pratos com bottaga da Casa do Sardo (foram várias vezes, diferentes receitas); o arroz de pato do Antiquarius; o “sanguche” chicharrón com maionese apimentada do Lima Cocina Peruana, além de clássicos universais: de caesar salad a carbonara, de quibe e esfirra a cassoulet, e muitos burgers, batatas fritas em vários formatos, escondidinhos, lasanhas, porcos à milanesa – com um memorável parmegiana no dia seguinte.
Confesso que ruim não estava. Mas, ainda que de agora em diante eu vá fazer algo que sempre esteve programado, publicar receitas, este não é exatamente o foco deste site.
Mas a saudade andava apertando de dois meses para cá, quando de fato acusei o golpe da falta dos amigos, do hábito de comer fora e de estar na rua, como deve estar um repórter como eu que não publica o que não prova, nem escreve para agradar assessoria de imprensa.
Pois estou voltando, e assim posso também voltar a postar nas mídias sociais e no site.
Já estou com muitas boas histórias a contar e vou compartilhar com vocês de agora em diante. Há novidades no mercado de restaurantes do Rio, vinhos memoráveis, cervejas que marcaram esses tempos de quarentena e muito mais. Só não tem muita viagem, mas só por enquanto.
Voltei cheio de novidades: Lima na Tijuca, Boteco Rainha no Leblon, e menus degustação no Malta Beef Club, no Jardim Botânico (para ler, clique aqui) e no Haru Sushi Bar, fora o Bão, que vai abrir ao lado da sala especial desse querido japonês de Copacabana, que será comandado pelo sensacional Kiko Faria; e o stinco de cordeiro do Esplanada Grill, que está há anos no cardápio, mas que eu nunca havia provado (quanto tempo desperdiçado!!!).
E mais: a estreia do delivery da Palace, os vinhos de James Martin Carl e de Luís Henrique Zanini, as cervejas da Mariju, o Mitsuba chegando ao Leblon, os egressos do Antiquarius no Gajos d’Ouro, o Meu Galeto, os novos pratos do Mr Lam e muito mais. Aguardem.
Obrigado, amigos.
Saudades de vocês.