![](https://i0.wp.com/menuagostini.com.br/wp-content/uploads/2020/02/Azur-empada.jpg?resize=500%2C375&ssl=1)
Até a inauguração do quiosque Azur Praia, no Leblon, minhas empadas prediletas estavam fora do Rio. Mas quando a birosca praiana do chef Pedro de Artagão abriu as portas as empadas viraram um petiscos preferidos deste que vos escreve. Pudera, é covardia: de cavaca com requeijão, com a carne imersa em notável molho de tomate – servida no estilo “aberta”, envolvida por massa delicada e untuosa. Pra comer de dezena. De fazer sonhar com ela. Peça pimenta, uma garrafa de espumante – ou quem sabe um gin tônica ácido, perfumado e refrescante? – e seja feliz curtindo esses poentes lindos do verão carioca.
Quando eles venceram, pela primeira vez, o Prêmio Época, que eu coordenava e escrevia, disse isso sobre o quiosque:
“Depois de anos com tentativas frustradas, a partir de vários formatos e com diferentes empresários do ramo de restaurantes, parece que – finalmente – o Rio começa a ganhar quiosques com comidas, bebidas, serviço e ambiente à altura do local privilegiado em que estão. Tanto que pela primeira vez faz sentido criar a categoria neste Prêmio Época. E no ano de estreia a vitória ficou com o Azur Praia, do chef Pedro de Artagão, inaugurado no verão passado na orla do Leblon.
A decoração com móveis de madeira e tecidos azuis guarda semelhança com muitos bares de praia do gênero no Mediterrâneo, como o famoso Club 55, em Saint-Tropez, na francesa Côte d’Azur (daí o nome). Mas o cardápio, pode-se dizer, é brasileiríssimo, com algumas exceções, como a lista de tartares e crudos e uma porção de burrata. O resto é um apanhado de comidas dos nossos botecos, com natural aproximação dos menus daqueles juntos ao mar. Tem polvo à vinagrete, empadas, como a aberta de cavaquinha, que já virou estrela; bolinho de bacalhau, caldinho de frutos do mar, sanduíches e petiscos, como gurjões de peixe e pernil aperitivo.
Nos pratos principais, melhor investir nas receitas baianas. Tem moquecas e bobó de camarão, e ainda o resgate de uma receita de José Hugo Celidônio, chamada o Loló com Lalá, espécie de bobó de lagosta com batata baroa.
PARA BEBER: A carta de bebidas criada pela sommelière Juliana Carrizzo tem uma boa seleção de vinhos, privilegiando espumantes, brancos e rosados. Recém-lançada, a nova carta de drinques – com opções em jarra – dá ênfase em receitas com gim e vinho do Porto, como a que combina morango, manjericão e sorvete de vinho do Porto.”
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A melhor de todas, em minha opinião, até uns três anos atrás, com a inauguração do Azur, era a de carne-seca apimentada da Leiteria Santo Antônio, em Teresópolis – que eu boto ainda mais fogo com o bom molho de pimenta da casa (se for até lá, compre a ricota feita por eles e experimenta preparar uma lasanha com ela – a receita original de uma boa ‘lasagna al ragu’ é usando esse queijo cremoso, e não molho béchamel).
![](https://i0.wp.com/menuagostini.com.br/wp-content/uploads/2020/02/Pousada-da-alcobaca-empada.jpg?resize=500%2C333&ssl=1)
Outra referência para mim, afetiva, é a empada de palmito da Pousada da Alcobaça, obra da graciosa Laura Góes, em Corrêas; e as muitas versões encontradas na Pão & Pão, sempre forradas de Catupiry, (berinjela é a preferida), em Nogueira – dois distritos de Petrópolis.
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Completava o quarteto a empada de camarão do Caneco Gelado do Mário – do outro lado da Ponte, no Centro de Niterói.
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Em todos os casos, as boas pimentas da casa realçam cada bocada no salgado.
![](https://i0.wp.com/menuagostini.com.br/wp-content/uploads/2020/02/Empada-Salete-landau.png?resize=560%2C560&ssl=1)
Um clássico carioca, o bar Salete, na Tijuca, aparecia na quinta posição, logo atrás do quarteto.
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Não havia provado até recentemente as empadas do Talho Capixaba, impressionantemente um lugar cada vez melhor, e com maior variedade de produtos, com destaque para os produzidos na casa.
![](https://i0.wp.com/menuagostini.com.br/wp-content/uploads/2020/02/O-Caranguejo-empadas-chope-e-pimenta.jpg?resize=320%2C426&ssl=1)
Gosto muito, ainda, das empadas de outros quatro lugares: O Caranguejo, em Copacabana;…
![](https://i0.wp.com/menuagostini.com.br/wp-content/uploads/2020/02/Jobi-empadas.jpg?resize=500%2C333&ssl=1)
… do Jobi, no Leblon, larica clássica das minhas madrugadas;…
![](https://i0.wp.com/menuagostini.com.br/wp-content/uploads/2020/02/cafe-gaucho-empadas-de-bacalhau.jpg?resize=320%2C426&ssl=1)
… do Café Gaúcho – lanche ligeiro e corriqueiro -, fora um outro lugar histórico do Centro do Rio (prove a de bacalhau!).
![](https://i0.wp.com/menuagostini.com.br/wp-content/uploads/2020/02/mosteiro-empadinhas.jpg?resize=320%2C480&ssl=1)
Trata-se do restaurante Mosteiro, cujas empadas circulam pelo salão – assim como as panelas cheias de bolinhos de bacalhau – e não é possível resistir aos dois salgados, de origem portuguesa e hoje bens tombadas da gastronomia carioca (oficialmente não são, mas deveriam ser).
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Lembrei ainda da empada aberta que ficava exposta na vitrine aquecida do Bracarense, bom e velho boteco do Leblon, coberta por um plástico, para não ressecar. Não conheço outro lugar, como o Braca, onde sempre sou feliz, a servir assim o salgado. Mas faz algum tempo que não vou, e não sei se a empada continua a ser servida, ainda mais nesses moldes. Saudades daquele balcão.
4 commentários
Continua assim no Braca. Dos endereços citados, ja comi as do Jobi, Salete e Caneco Gelado do Mário e do Carangujo. Excelentes.
Em breve volto a conferir o Braca.
A de palmito fondant do Azur também comanda respeito.
Boa, mas não lembro de ter provado. Adoro o Azur.
Obrigado pela colaboração, meu amigo. Abraços.