Adolfo Lona lança livro e vinhos no Rio

O Chardonnay 21 chama a atenção pelos frescor e mineralidade – Foto de Bruno Agostini®

O enólogo argentino Adolfo Lona esteve no Rio recentemente para participar do lançamento do Guia Descorchados, no Village Mall. Aproveitou a ocasião para apresentar ele mesmo suas novidades, na esteira das comemorações dos seus 50 anos de Brasil, onde chegou em 1973: a principal delas era o vinho Baron Assemblage 2020, corte de Cabernet Sauvignon (51%), Merlot (34%) e Tannat (15%), feito em parceria com a vinícola Batalha, em Candiota, na Campanha Gaúcha. Outra era o livro “Vinho sem Frescuras”.

Adolfo Lona fala ao lado de Antônio Campos, da Zahil – Foto de Bruno Agostini®

No evento, que aconteceu no restaurante Signatures (no Condon Bleu), podemos perceber o prestígio que Lona conquistou, com a elegância e personalidade que existem nele do mesmo modo que em seus vinhos.

Os convidados de Antônio Campos, da Zahil, que distribui seus vinhos, eram alguns dos nomes mais importantes da gastronomia carioca, que não frequentam qualquer degustação, como Danio Braga, Roger Khouri (Esplanada Grill) vê Marcelo Torres (grupo Best Fork), além de Alain Inglês, que raramente bota na boca um vinho que não seja natural.

Excelente o Baron, seguramente um dos grandes tintos nacionais que já provei, com fruta exuberante e muito frescor, mas com rara profundidade e madurez, além de impeça trabalho de barricas, que lhe deram boa oxigenação e complexidade, com notas de evolução e também aquelas vindas da madeira, que aparece com discrição, mas que está presente. Podemos falar muito mais sobre este vinho, e mesmo o livro, ou a trajetória do Adolfo Lona. Isso será feito em brevete com a calma que este jubileu merece.

Pela ordem de serviço no memorável almoço, eu começo pelo início da confraternização: o vinho de boas-vidas era uma recepção de tanto para os convidados. O Chardonnay 2021. Mas, que vinhaço, hermano Lona!!!

O vinho logo me chamou a atenção, com seus perfumes sedutores de melões maduros e frutos cítricos, onde o limão siciliano integra a comissão de frente, seguido por abacaxi, pulando no nariz, trazendo consigo elementos complexos, que chegarmos à notável mineralidade, que mais se revelava conforme subia a temperatura da taça.

Muito impressionado com vinho, ele é um dos grandes representantes da excelente safra 2021 no Brasil, uma das melhores da História, e o tempo vem mostrando isso.

Essas uvas estavam destinadas a virar espumante, especialidade da casa, mas ao perceber o potencial para vinho tranquilo, Lona deixou os cachos por mais tempo nas planas, e assim amadureceram perfeitamente, o que não é muito fácil na Serra Gaúcha.

Ao fim do almoço, Lona circulou pelas mesas, conversando com as pessoas, entre elas, eu.
Estava com o Chardonnay na taça, e fui direto ao ponto, ainda que timidamente, pois comparações do tipo são sempre perigosas.

– Mestre, posso falar uma coisa?  Achei esse vinho fantástico. Não gosto dessas analogias, mas… esse Chardonnay me lembrou um bom Chablis! – eu disse.

Ele respondeu com um certo sorriso discreto de canto de boca, se abaixando pra falar baixinho em meu ouvido:

– Você não é o primeiro que me fala isso – comentou o amigo.

Sabia que não era exagero ou cortesia de minha parte, e assim pela primeira vez na vida provei um vinho brasileiro que me remeteu diretamente a Chablis: me tragam ostras, por favor!

O vinho custa R$ 72 no site www.adolfoloba.com.br, neste link.

Para comprar o livro, clique no link: “Vinho sem Frescura” – Por Adolfo Lona.“Vinho sem Frescura” – Por Adolfo Lona.

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