Hotéis icônicos geralmente possuem bares idem. Um quesito importante quando se fala em hospitalidade de luxo. Afinal, grande parte dos coquetéis clássicos ou nasceu num hotel, ou se popularizou através de um ou mais hotéis. É o caso de tantos. Desde o Bellini, nascido no Harry’s Bar através do lendário barman e empresário da hotelaria, Giuseppe Cipriani, do hotel que carrega o seu sobrenome, em Veneza; o sidecar, cria do Ritz de Paris; e até a Piña Colada, preparada pela primeira vez no Caribe Hilton Hotel, em Porto Rico.
Hotéis de cidades como Paris, Londres e especialmente Nova York contribuíram decisivamente para isso. Tem o Dry Martini, que teria se popularizado pelas mãos do bartender Martini di Arma di Taggia, do Knickerbocker Hotel, que servia o coquetel para o milionário Rockfeller e seus amigos; o bloody mary, cuja fórmula atual ganhou fama no King Cole Room, no St. Regis Hotel, e o Moscou Mule, que foi criado no Chatham Hotel, esses três em Nova York.
Fora o Pisco Sour, que se tornou famoso nos bares de hotéis, como o Grand Hotel Maury, o Bolívar, o Country Club Lima Hotel entre outros, em Lima. Ainda sobre o Bloody Mary, historiadores etílicos dizem que o coquetel condimentado foi criado no New York Bar, em Paris – que mais tarde se tornou o Harry’s New York Bar (o original está no Cipriani, de Veneza).
Servir drinques de alto nível, incluindo todos os clássicos, é item fundamental no ramo da hotelaria e visitar bares especializados no assunto está sempre na nossa pauta. Se pensarmos no Rio, entre os melhores lugares da cidade para provar coquetéis, sem dúvida, estão grifes da hotelaria, como o Copacabana Palace, o Fasano e o novo Fairmont, que contratou Tai Barbin, um dos melhores profissionais do ramo no Brasil (como já contamos aqui). Lembrando ainda do Espaço 7zero6, na cobertura do Praia Ipanema Hotel, cuja carta foi criado por Alex Mesquita, outro lugar ótimo para uns coquetéis, considerando ainda a vista linda do lugar.
Tudo isso para dizer que o tema de hoje da coluna De Bar em Bar é o Hotel Negresco, de Nice, prédio histórico e icônico, onde está o elegante Le Bar, chamado simplesmente assim. Um diria que visita obrigatória para quem está atrás dos melhores lugares para comer e beber na cidade, bela beleza do lugar, pelo serviço impecável ou ainda pelos coquetéis muito bem preparados, como manda essa regra de ouro da hotelaria de alto luxo. Melhor ainda, se antes ou depois do bar, a gente jantar no Le Chantecler, restaurante do hotel, com duas estrelas Michelin; ou na mais simples, mas não menos recomendável, La Rotonde, uma brasserie agradável, com bons menus de almoço a preços bem razoáveis, e um cardápio típico niçoise. Mas do bar falamos no próximo post da coluna, terça que vem, para não alongar demais este.
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