O Compromisso é um vinho fácil de gostar e de beber, que consegue ser gastronômico e descomplicado, delicado mas exuberante nos aromas, esbanjando frescor, cheio de notas cítricas e florais. Muito versátil à mesa, com seu exuberante perfume, é um coringa na hora de pensar na harmonização. Vai muito bem com a comida, sendo excelente companhia para peixes e frutos do mar, como é natural entre os Vinhos Verdes. Por exemplo, com sardinhas portuguesas, com bacalhau em preparos variados, assim como crustáceos, em receitas simples, como assado simplesmente na brasa, só no sal. Ostras, mexilhões e outras conchas, além de lulas e polvo também são excelentes parceiros. Fácil. Nasceu para o mar.
Mas, não só: é ótima pedida também para carne de porco, de uma maneira geral, além de frituras, pois sua acidez crespa corta a gordura, limpando a boca, e preparando para novo bocado. Até com arroz de pato achei ótima escolha, por emprestar leveza ao conjunto, além de limpar a untuosidade do prato, e os sabores marcantes do paio e da carne da ave.
Com boa acidez, cheio de fruta, este vinho produzido com a uva Loureiro vai muito bem com pratos asiáticos, como um todo, sobretudo os agridoces e apimentados (além de sushis, sashimis e afins), que caracterizam várias receitas chinesas, japonesas, vietnamitas, tailandesas e também a peruana, com forte influência asiática – parece que o Compromisso nasceu para ser harmonizado com ceviche.
Também gosto muito com comida brasileira. Tipo: cai como uma luva para uma moqueca de camarão. Ou com a barriga de porco, e outros pratos ítalo-mineiros do Bão, o grande restaurante de uma única mesa, em Copacabana, do craque Kiko Faria. Semana passada almocei no Aprazível, que recentemente colocou o Compromisso 2021 na carta. Pedi com polvo, sem escolha certeira para este vinho, e arroz de suã, untuoso e cheio de sabor. O vinho brilhou.
Por essas e outras, encontramos o Compromisso, e ele faz sucesso, em muitos dos melhores restaurantes do Rio, de variadas vertentes. Há os portugueses, como os Gajos d’Ouro, a Mercearia da Praça e a Tasca do Marquês, além do Farrapos, um wine bar com DNA lusitano, além do Fim de Tarde, reduto da melhor cozinha ibérica. Há lugares dedicados aos peixes e frutos do mar onde podemos ver a aptidão deste rótulo para se harmonizar com pescados, como o Escama, a Peixaria Mocellin, e a Casa do Sardo. E há, claro, endereços asiáticos nesta lista, desde o sino-peruano Cantón até o Tropical Sushi.
Faz sucesso, ainda, em recantos alemães, visto seu potencial aromático, além de outras características que o fazem lembrar certos vinhos da Alemanha e da Alsácia. Caso do Herr Pfeffer, onde ele faz sucesso com salsichões, kasslers e eisbeins, além de ser a mais perfeita escolha para o torresmo de barriga, clássica da casa.
Custa, em média, entre R$ 100 e R$ 150, nos restaurantes.
E está à venda no e-commerce da querida Elaine de Oliveira, fera no assunto, o Amai Vinhos (por R$ 119,90): https://www.amaivinhos.com.br/quinta-da-lixa,