Ainda dá para aproveitar: temporada da sardinha vai só até outubro

Bar Ocidental, no Beco das Sardinhas: empanadas na farinha de mandioca – Foto de Bruno Agostini®
Bar Ocidental, no Beco das Sardinhas: empanadas na farinha de mandioca – Foto de Bruno Agostini®

No ano passado, em março, quando teve início à temporada da sardinha verdadeira, depois do defeso que geralmente vai do início de outubro até o final de fevereiro, eu sugeri para a revista Rio Já uma reportagem sobre esse peixe, tão delicioso quanto desvalorizado.

– O período de defeso varia ano a ano. Depende dos estados que fazem todo ano. Normalmente, entra em defeso perto de novembro. E vai até março. Normalmente, mas já vi entrar só em janeiro, por exemplo – conta o chef Lúcio Vieira, do Labuta Bar, casa que é protagonista dessa história.

Como geralmente acontece, diante do pouco tempo disponível para a sua produção, eu fiz uma imersão no assunto. Teve um dia que visitei cinco lugares atrás das melhores sardinhas do Rio.
Comecei, obviamente, no Bar Ocidental, no Beco das Sardinhas, onde tracei algumas, fritas na farinha de mandioca, tradição da casa, com cerveja de garrafa, pimenta e limão.
Paladino: armazém de 1906 – Foto de Bruno Agostini®
Dali, pulei para a vizinha Casa Paladino, monumento carioca, o centenário armazém de secos e molhados que se converteu em respeitável boteco, de menu enxuto, onde se destaca a omelete de sardinha.

CHEGA A VEZ DAS 3 MELHORES SARDINHAS DO RIO

Labuta Bar: entre as fritas, a melhor – Foto de Bruno Agostini®
Fiz uma curta caminhada até o balcão do Labuta Bar, onde reforcei a tese de que, quando o assunto é sardinha frita, não tem para ninguém: empanada na panko, muito bem frita, resulta num irresistível petisco, crocante, sequinho e com sabor marcante. Seguramente, entre as milhares de sardinhas feitas deste modo no Rio, esta é a melhor. Não tenho dúvidas em afirmar isso.
Venga: inspiração vem dos boquerones en vinagre – Foto de Bruno Agostini®
Então, peguei o metrô rumo a Ipanema, e me acomodei no pequeno salão do Venga, para provar uma receita inspirada na Espanha, os “boquerones en vinagre”, pequenos peixinhos curados na acidez pungente deste tempero mágico, que consegue não só consertar os alimentos, mas também mudar consideravelmente seu sabor e sua textura.
Uma sardinha, sem sobra de dúvidas, muito da especial, servida com gominhos de limão Taihti e lâminas de alho, em prato com azeite em abundância. Com o pão da casa… Meu Deus, credo, que delicia! Salvo só de pensar. Escrevo exatamente às 9h28, e me bateu uma baita vontade…
O Mitsubá serve sashimi de sardinha durante a temporada de pesca – Foto de Bruno Agostini®
Por fim, encerrei a saborosa missão no Leblon, sentando no balcão do Mitsubá para mais uma experiência marcante: provar o tartare de sardinha preparado pelo time de sushimen deste restaurante japonês que adoro – que tenho a sorte de frequentar com feliz regularidade. Tanto que o post de ontem foi sobre um almoço por lá, na semana passada.
Pena que não teve sardinha, mas em compensação… clique aqui para ler o post, e entenda o que digo.
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