Chef peruano José del Castillo cozinha no Lima, de Marco Espinoza, na próxima semana

Recentemente estive em Lima, no Peru, com uma agenda cheia, repleta de visitas a restaurantes, encontros com chefs e pescadores, com foco bem definido: ceviche.

Na programação, restou-me um dia livre. Passei a manhã sofrendo, por assim dizer, sem saber onde almoçar, porque a lista de possibilidades era grande, todas irresistíveis: Maido e Rafael, vieram à cabeça, e nem cogitei o Central por conta dos comentários pouco estimulantes de amigos confiáveis que lá estiveram.

Estava tomando um café da manhã muy tranquilo no excelente El Pan de La Chola, uma padaria artesanal, onde passei agradáveis momentos.

Uma amostra da cozinha afetiva e familiar de José del Castillo – Foto de Bruno Agostini®

Estava no Instagram, quando aparece para mim um post da Isolina Taberna, cujo menu explora a cozinha urbana de Lima, e o receituário familiar dos lares da capital peruana, onde referências europeias e africanas se encontram. Comida de panela, carnes em longos cozimentos, que aparece em pratos de origem genovesa, como o “mondonguito a la italiana”, um guisado de dobradinha em molho tomate e ervilhas frescas; as “patitas de res con maní”, ou seja, mocotó de vitelo com amendoim; “guiso de mollejitas”, um ensopado de moela de frango; o “cau cau con sangrecita”, com dobradinha e uma espécie de purê de sangue talhado, quase uma morcilla cremosa, além de outras receitas mais conhecidas aqui, como ají de gallina e barriga de porco crocante, a “carapulcra”, entre outros pratos nessa linhagem culinária que eu tanto amo, com base e miúdos e outras carnes que exigem longo cozimento e muita sapiência e técnica no preparo.

Então, ficou fácil decidir. Mandei uma mensagem no direct e pedi uma reserva para o almoço. E lá fui eu, muito animado: saí de Miraflores em direção a Barranco, onde fica a concorrida Isolina Taberna, cuja reserva eu consegui porque estava sozinho, e pedi lugar no balcão, inclusive porque gosto de interagir com a equipe e observar o trabalho no bar e na cozinha.

Tive um almoço espetacular, que começou com uma causa de pitu, simplesmente espetacular, assim como a papa rellena, um bolinho de batata com recheio de carne moída que nem sei explicar. Duas entradas deliciosas, marcantes, cheia de sabor e aconchego, a comida que nos conforta e acaricia.

Conversei um pouco com o chef, José del Castillo, um sujeito fora-de-série, muito querido e respeitado no Peru, um emblema da cozinha nacional, herdeiro de uma famosa cozinheira. Sua comida é deliciosa, muito bem temperada, com pontos preciso de cozimento e de textura nas receitas, onde os guisados em longo cozimentos, em porções muito fartas, são o fio condutor que norteiam o menu. Não vou esquecer desse almoço.

Porque, o que veio a seguir, foi uma estrondosa bandeja, que trazia aqueles pratos todos que listei acima, e mais alguns. Que espetáculo.

O chef José del Castillo – Foto de Bruno Agostini®

Bebi vinho peruano, e terminei com pisco sour digestivo. Nota 10 para o almoço.

Tudo isso para dizer que no próximo final de semana, no domingo dia 2 de julho, o chef José de Castillo vai estar no Lima, apresentando a sua cozinha afetiva, deliciosa e farta, caseira, saborosa e aconchegante, e que tão combina com esses dias de inverno. Tudo isso para mostrar a você o quão imperdível será essa tarde no Lima, em Botafogo, do meu querido amigo e parceiro Marco Espinoza, com quem eu viajei ao Peru.

No aeroporto, voltando ao Brasil, ele me disse:

– Estou pensando em convidar o Castillo para ir ao Brasil, cozinhar no Lima. O que você acha?

– Sensacional! Vai ser incrível. Desde já eu confirmo minha presença! – exclamei, efusivo e entusiasmado.

Pois está chegando a hora de rever este grande cozinheiro, e provar a sua comida que tanto que emocionou. Vai ser a primeira vez que essa lenda da gastronomia peruana cozinha no Rio.

Deliciosa: papa rellena – Foto de Bruno Agostini®

Vai ser assim, e o chef Marco Espinoza já trata de avisar:

– O chef não abre mão de servir um menu fartas, são pratos para duas, três pessoas. Não vá sozinho, porque não vai aguentar comer um prato inteiro – diz o cozinheiro, que há dez anos abriu o Lima no Rio.

Serão dois horários estão disponíveis para reservas, que são obrigatórias no telefone 3647-3411:

ISOLINA TABERNA NO LIMA – Domingo, 2 de julho.
– De 12h às 14h30 e de 15h às 18h.

O MENU

Entradas:
– Ceviche Isolina: peixe do dia, leite de tigre, batata laranja e milho cancha com milho fresco. R$ 140.
– Anticucho de pulpo con camarón: espeto de camarão e polvo, com batata douradas e milho chimichurri Peruano. R$ 220.
– Papa rellena: croquete de barata recheia de Carne com pimenta peruana e salada de cebola
69 reais
O seco, um guisado de costela bovina, é um dos clássicos do Isolina – Foto de Bruno Agostini®
Platos principales
– Seco de costillar: costela de boi cozida com pimentas peruanas e cerveja acompanhado de arroz branco e purê de mandioca. R$ 280.
– Tacu Tacu con picante de Mariscos: mistura de feijão Peruano com arroz e molho cremosos de camarão, lula, polvo, peixe e parmesão. R$ 290.
– Lomo saltado: filé mignon salteado com cebola, tomate, molho de soja e pimenta amarela, com batata frita e arroz R$ 220.
Postre 
– Merengado de Lucuma: suspiro crocante com mousse de lúcuma, fruta típica do Peru. R$ 65.

 

SERVIÇO
Lima Cocina Peruana: Rua Visconde de Caravelas 113, Botafogo. Tel.: 3647-3411. Instagram: @limacocinaperuana.br

 

 

 

 

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