UM SÁBADO EM SANTIAGO DE COMPOSTELA
No último dia chegamos a Santiago de Compostela por volta das 11h da manhã. O tempo era o habitual: chuva e vento. E o casco histórico igualmente era o de habitual: charmoso e plural.
Sábado é um bom dia para percorrer bares legais um pouco antes da hora do almoço.
Seria minha primeira caminhada solo na cidade. Fui me localizar, indo até o ponto de encontro, a Praça da Catedral, que estava a poucos metros do restaurante do almoço, a Casa Marcelo.
“Quase uma tortilla desconstruída”
Sobre o prato acima, escrevi assim no Instagram @brunoagostinifoto (aproveita e segue lá):
“Achei esse prato sensacional em toda a sua humilde simplicidade: batata, ovo e uma espécie de bacon de porco ibérico. Quase uma tortilla desconstruída, remontada com anéis crocantes de batata frita, em formato de alho-poró, com a gema crua reluzente e cremosa, e os cubinhos barriga, untuosamente salgados, explosão de umami.
Na Casa Marcelo, no centro de Santiago de Compostela, na Galícia. Merecida estrela Michelin.”
Pronto, agora é fácil, tudo ali é muito pequeno. Uma profusão de bares, lojas, restaurantes e cafés, e outros comércios de tamanho diminuto.
Saí em busca do Bar Orella, que já foi tema de um post: para ler, clique aqui.
“Bar Orella: peça um Albariño e ganhe uma tapa de orelha”, é o lema do lugar.
No caminho, ainda deu para apreciar por algum tempo um tocador de gaita de fole, uma tradição local, herança do período de influência celta na região, que deixou fortes marcas culturais. Aliás, ela também pode ser chamada de gaita galega. A Galícia é de uma riqueza histórica incrível.
Uma cidade repleta de pequenos grandes bares
Cheguei ao Orella, bar miúdo que consiste num pequeno balcão, onde podem caber com conforto umas dez pessoas. Fiquei poucos minutos, pedi um Alvariño e prontamente chegou um prato fumegante, com uns quatro nacos de orelha de porco cozida, além de um saleiro de páprica picante, devidamente utilizado.
O almoço era só às 14h, então ainda dava tempo de dar uma volta pela cidade, e petiscar alguma coisa. Próximo destino? Mais uma dica do amigo Felipe Quintans, do Bar Madri, um galego-carioca que tem até apartamento em Santiago de Compostela.
– Bar La Tita (melhor tortilla da Espanha, portanto do mundo) – foi o que ele disse.
Lá fui eu, uma pequena caminhada.
Quando chego, descubro que lá encontramos a famosa e desejada “Cerveza de Bodega”, que a Estrella Galicia produz unicamente para alguns bares selecionados da Galícia, uma história que conheci dias antes, no terceiro dia de viagem, em La Coruña (para ler o post deste dia, clique aqui).
A experiência da visita à cervejaria eu vou contar em post à parte, em breve.
No La Tita pedi a cerveja, que é deliciosa, muito fresca e aromática, leve, realmente especial. Não-pasteurizada, ela é transportada sempre refrigerada, mantendo sua delicadeza e exuberância. É uma Helles com 5,5% que merece nota 10.
Conheça mais: https://estrellagalicia.es/producto/estrella-galicia-cerveza-de-bodega
Daí que foi fácil beber umas três no La Tita, ganhando o tal tortilla como tapa da casa. Realmente excelente tortilla, bem cremosa. Um lugar um pouco maior, com pequeno salão, lotado naquela manhã quase fria de primavera.
Ainda dava tempo de comprar umas conservas, e quem sabe parar em algum lugar legal para um Alvariño aperitivo antes do almoço. Teve uma parada no balcão do Gato Negro, cuja vitrine refrigerada, voltada para a rua, ostentava centollas com suas abundantes ovas, preciosa iguaria, irresistível acepipe para essa hora. Que maravilha!
O relógio se aproxima das 14h, e a Casa Marcelo nos esperava. Almoço de despedida impecável nesse descontraído restaurante, dono de estrela Michelin, um grande salão aberto, onde há boa interação entre os clientes e a cozinha. Claro que também merece uma crônica à parte.
Hasta Luego, Galícia!
Mas, essa viagem não termina aqui. Ainda tem muita história a contar, e lugares a indicar.