Lydia Gonzalez culmina no Angá uma linda trajetória de 20 anos de cozinha

Lydia Gonzales, do Angá Ateliê Culinário, em Petrópolis: seu restaurante tem ambiente acolhedor e cozinha de excelência
A chef em ação: seu restaurante tem ambiente acolhedor e cozinha de excelência – Foto de Bruno Agostini®

A chef Lydia Gonzalez culmina no Angá uma linda trajetória de 20 anos de cozinha. Sorte é poder acompanhar desde o início a história dessa cozinheira talentosa, que apresenta uma culinária criativa e delicada, original e local, simples, mas profunda, linda e cativante.

A conheci de forma improvável, em Belém do Pará, no fim de 2005, numa edição do Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, importante evento gastronômico organizado pelo grande anfitrião Paulo Martins, que colocou a comida de sua terra natal em evidência num momento em que o Brasil estava começando a ampliar as fronteiras, saindo do eixo Rio-Minas-São Paulo, e explorando os sabores de outras regiões com maior interesse.

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Ela era uma jovem muito interessada, com seus 18 ou 19 anos, que foi para lá na cara e na coragem, sozinha, e se meteu na programação, que tinha nomes como Danio Braga, Dionísio Chaves, Marcos Sodré, Mônica Rangel, Ivo Faria e Andrea Tinoco, entre outros. Acho que ela já estava estudando gastronomia na Estácio de Sá, quando o curso era em parceria com a

Quando a reencontrei, em 2009, em Búzios, era ela quem chefia a cozinha do hotel Marina, que ficava na Praia Rasa, sob supervisão de Felipe Bronze, que coordenava a gastronomia dos hotéis da rede, incluindo as duas unidades do Leblon.

O camarão com creme de tucupi e puxuri do Angá: um do menu do fim de 2023 – Foto de Bruno Agostini®

Ela, então, partiu para a Espanha, com a coragem e a curiosidade que sempre demonstrou. Trabalhou em lugares de excelência e referência, como El Celler de Can Roca – isso no momento que este restaurante de Girona era considerado o melhor do mundo!
(Uma curiosidade: escrevi este texto praticamente inteiro em Madri, a caminho do aeroporto de Barajas, de madrugada).

RETORNO AO BRASIL

Voltou ao Brasil, e entre outros trabalhos, deu aulas no Senac e foi chef-executiva do Hotel Marina, quando voltei a encontrá-la.

Em 2017, assim que engravidou de sua filha, resolveu voltar à sua Petrópolis natal. Abriu o Angá em casa, servindo poucos e sortudos clientes nos fins se semana, dando aula, e participando de outros projetos, como o Casarão Odin, o bar desta ótima cervejaria, onde criou o cardápio e coordena a equipe de cozinha.

Eu e a Lydia, na minha primeira visita, no ano passado

Eu demorei a visitar o Angá. Só fui no fim do ano passado. Perdi tempo, eu sei. Porque Lydia Gonzalez culmina no Angá uma linda trajetória de 20 anos de cozinha.

Mas, depois de duas visitas, o lugar se tornou um dos restaurantes que eu mais gosto. É diferente de tudo. É lindo, acolhedor e delicioso. Simples e verdadeiro, ao mesmo tempo em que entrega uma cozinha de alta classe em todos os quesitos, onde acompanhamos o balé da cozinha aberta, onde os pratos são preparados num ambiente tranquilo, no embalo de uma trilha sonora deliciosa como tudo ali.

Ano passado, a Veja Rio elegeu o Angá o melhor restaurante das regiões serranas do Rio. Merecido reconhecimento de um trabalho lindo.

SERVIÇO
Angá Ateliê Culinário: Rua Argentina 393, Nogueira, Petrópolis. O restaurante funciona apenas com reservas. Tel.: (24) 98163-1455. Instagram: @angaatelieculinario

LEIA MAIS:
– Entrevista de 2020, que fala um pouco dessa trajetória bonita que tenho a sorte de acompanhar. Do site Sou Petrópolis.

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